sábado, 21 de março de 2009

Duelo Pacífico



Dizem por aí, que ao envelhecermos ficamos mais inteligentes e maduros (a grande maioria, penso eu, mas sempre sobra um retardatário), e consequentemente também nos tornamos mais exigentes.
E eu que nem estou velha, muito menos madura, me encaixo perfeitamente nesse processo descrito. Hoje, com 18 anos de idade, sou incomparavelmente mais insuportável, selecionadora, crítica, exigente, chata e observadora do que há apenas um ano atrás. Enfim, ficou mais difícil me agradar. Não são todas as festas que me agradam, não são todas as roupas que combinam, não são quaisquer garotos que me atraem e não são todas as PESSOAS que eu gosto. E é delas que eu quero falar.
Pessoas, população, sociedade. Contatos físicos, virtuais, psíquicos, do além, em suma, contato humano. Interligados pela comunicação seja ela escrita, gestual ou verbal. VERBAL! Chegamos ao ponto. Conversas. Papos e pessoas. É a partir deste tema que meu texto realmente começa.
Conversar para mim, pode ser algo extremamente fácil e prazeroso tanto quanto obrigatório e tedioso. Adoro conversar, falar, me expressar, comunicar, desde que o interlocutor seja uma boa pessoa para exercer tais coisas. Com isso, criei classificações para as boas e as não tão boas, mas que sempre estão ali. Eu passei a separar as pessoas entre aquelas que são “Big Mac” e as outras que são “Pão com manteiga”.
Pessoas “Big Mac” são aquelas cheias de conteúdo, assuntos interessantes, questionadoras, inteligentes , de opinião firme, que não as mudam para agradar o outro e evitar uma discussão. Conversar com elas, é sempre uma viagem, um debate de idéias, comentários sobre os acontecimentos do mundo. Nestes dialógos nunca há espaço para o silêncio. Sempre há sobre o que se falar. Ah, como eu adoro pessoas “Big Mac”!
Já os “Pão com Manteiga” ... Tenho até preguiça de falar neles. Bom, estes são o oposto dos “Big Mac”. Eu poderia muito bem parar de falar sobre eles agora, mas assim estaria me tornando um deles. Então, vamos ao que interessa.
Estes sem gracinha dos “Pão com Manteiga”, são aqueles que conversamos mais por educação do que qualquer outra coisa. São vazios, nunca sabem ou têm o que dizer. Quando emitem uma opinião, sempre é sobre a vida alheia e nunca algo positivo. Falam que o dia está lindo, reclamam do calor, da chuva, da cidade. Perguntam como vai sua vida apenas por curiosidade mórbida em saber se você está se dando bem ou se ferrou, ou então agem novamente por pura educação. Uma das malditas imposições da sociedade.
É por conta dos bons costumes que aturo sorridente, estes “Pão com Manteiga”, é por que Mamãe ensinou, que eu os cumprimento e converso coisas banais e idiotas dessa nossa vida.
E será sempre assim, pois não existem divisões territoriais para estes grupos, eles são obrigados a suportar essa convivência forçada. O mundo continuará com os “Pão com Manteiga” dizendo bláblábláblá, e os “Big Mac” aham, anham, pra não render assunto, senão piora a situação.
Não posso comer um Big Mac todo dia, mas aquele pão com manteiga está sempre lá.

Os “Big Mac” são raros.

sexta-feira, 13 de março de 2009

(IN)DIGNO DE PENA


Todo dia eu pego um dos ônibus que mais rodam em BH, não conheço ninguém na cidade que não tenha entrado nele. E como ele passa por vários lugares, demora 40 minutos do meu bairro ao centro, que é o meu destino (cursinho). Durante toda essa longa viagem, quando não estou lendo, eu literalmente viajo, mas na "maionese". Penso em coisas que vão desde a menina que está gritando ás 6 horas da manhã no meu ouvido, no banco ao lado, até a Crise atual. E há umas duas semanas atrás, durante essa minha viagem, aconteceu algo diferente pra mim.
Um senhor entrou no ônibus com um menino pequeno no colo e mais duas meninas atrás dele.
Nem chegou a passar pela catraca, parou ali e começou a falar:
- Bom dia! Senhores eu gostaria de pedir um minuto da atenção de vocês.
Eu logo pensei, "Ah nem, lá vem esse povo de 'eu podia tá matando, robando, mas tô aqui humildemente pedindo a sua colaboração',aff". Como eu estava muito perto dele, no banco ao lado do trocador, não tive como não prestar atenção no que ele falava.
- Eu vim do Vale do Jequitinhonha, moro em Itinga e trouxe o meu neto pra BH, para ele fazer seu tratamento. Ô gente, o Lucas ele tem 3 anos e eu vou falar pra vocês sem nenhuma vergonha. Ele nasceu soropositivo.
Nessa hora, todas as faces se convaleceram pelo garoto e eu como boa observadora que sou, percebi os milhares de murmúrios de tadinho, os olhares de pena, os rostos transparecendo dor. Foi quando passei a reparar no menino. Ele estava com a cabeça raspada e o corpo cheio de bolhas estouradas, parecendo queimadura. Percebi que aquilo junto com o fato de ele ser aidético, tinha causado toda aquela reação das pessoas. E então o senhor continuou a falar, com um papel nas mãos à mostra:
- Ô gente, essas bolhas no Lucas não são queimaduras. Ele recebe do governo a maioria dos tratamentos de que precisa, mas eu estou precisando comprar uma sonda no valor de R$ 40,00 para tratar esses ferimentos, pois isso o governo não dá pra gente. Eu estou aqui com o exame de HIV do Lucas e o documento que mostra que ele está sob minha guarda. Agora, eu peço uma ajuda a quem puder dar. Podem confiar que o seu dinheiro será por uma boa causa.
Os documentos apresentados, tirando a dúvida de todos se ele estava ou não usando aquela criança para amolecer as pessoas e ganhar dinheiro fácil, me fez ver uma cena que eu nunca presenciei.
Eu abri minha bolsa e tirei a primeira nota que vi na frente. Doei R$5,00. Fui a primeira a entregar, afinal estava perto. Em seguida o ônibus inteiro se mobilizou para doar dinheiro aquele homem. Pessoas saíram dos seus assentos e foram até ele, lhe dando a ajuda pedida e algumas palavras de conforto. E eu reparei que não houve sequer moedas, todos doaram nota de 2, 5 e 10 reais, uma quantia alta para esse tipo de "doações". Aquilo comoveu as pessoas que estavam lá, uma mulher ao lado chegou até a chorar, dizendo que olhava para o menino e lembrava do filho dela.
E a palavra que mais se repetiu ali dentro foi PENA. "Tadinho, que pena", "É uma pena, uma pobre criança", "Que peninha", "Eu sinto tanta pena de um pai, avô não poder cuidar de sua família". Nisso quando não era as suas variações, "Ai que dó". "Ô dozinha".

Isso foi há duas semanas. Eu nem ia escrever sobre o que senti naquele dia, mas hoje o fato se repetiu. Ele entrou no ônibus e todas as reações descritas acima se repetiram. E eu lembrei da primeira vez. E resolvi falar do que eu senti.

Ao dar meus cinco reais à ele, eu me senti péssima, ao contrário da maioria no ônibus que sentiu como se tivesse feito a boa ação do dia. Eu não estava ajudando nada, estava apenas dando uma esmola para amaciar minha consciência, pra dizer, "eu fiz alguma coisa, olha como sou bondosa". Sou, porcaria nenhuma. Estaria ajudando de fato, se tivesse deixado de ir ao shopping, ter gastado 50 reais com futilidades, oferecido à ele e dito," Toma, compra de uma vez essa sonda." Ou então ajudado ele a arrumar o dinheiro, não sei! Feito alguma coisa de verdade. E eu não fiz nada, além de abrir minha bolsa e dar o dinheiro do meu lanche do dia. Ter feito aquilo não aliviou em nada a minha consciência, apenas fez eu me sentir inútil e fútil.

E além de tudo isso, eu não senti PENA do Lucas e do seu avô. Eu não consigo sentir isso em relação às pessoas, aliás, eu ODEIO pena. E sei o porquê. A última coisa que eu iria querer que alguém sentisse por mim, era pena, dó, piedade. Considero o pior sentimento que alguém pode ter por outra. E se não quero pra mim, não sinto pelo outros.
Quando alguém sente isso por outro, eu penso que é como se essa pessoa fosse incapaz de fazer nada por ela mesma, de tentar mudar aquela situação que causou esse sentimento. E a única coisa que lhe restou foi a piedade alheia, a pena, que considero eu, um sentimento no qual você finge sentir a dor do outro, mas jamais trocaria de lugar com ele.
Eu sei reconhecer quando uma pessoa sofre, precisa de ajuda, a situação não está boa, as injustiças do mundo. Sei sentir que isso é muito ruim e sei até chorar em certas situações.
Mas, pena, eu posso ter sentido em alguns momentos, e certamente odiei.

Tentei explicar da melhor maneira o que eu penso sobre a pena, sei que não me dei muito bem nessa tentativa. É um pensamento muito complexo, é díficil descrever uma coisa que só eu senti.
Eu tentei.


"Basta as penas que eu mesmo sinto de mim, junto todas, crio asas, viro querubim..."

domingo, 8 de março de 2009

Virou história!

Todo mundo já passou por alguma situação na vida, na qual ela fala: "Cara, isso daria uma história!"
Pois é, eu e uns amigos passamos por isso e ficamos um mês falando "Nossa, moh história", "Vamos escrever isso, um dia". Pensamos até em mandar pro quadro Retrato Falado do Fantástico na época, onde eles encenavam histórias contadas por telespectadores.
Passaram-se quase cinco anos e...Nada. Não escrevemos absolutamente nada. Até porque a única que gosta de escrever por prazer, sou eu, e sempre me esquecia de fazer isso.
Eis que vou escrevê-la agora. Finalmente!

No dia 11 de setembro de 2005, eu, meu irmão Matheus,sua namorada na época Thaislla, minha prima Alessa, seu namorado na época Luiz, minha tia Rosângela e mais dois amigos, Paulo e Mateus fomos a um dos maiores eventos que existe aqui em BH, o Pop Rock Brasil. O "POP", como nós chamamos aqui, é um festival de rock que lota o Estádio do Mineirão(e acaba com a grama), onde tocavam as melhores bandas do estilo, no Brasil, tocavam né, porque hoje em dia o nível caiu e muito. Mas voltando a história.
Lá vamos nós felizes e empolgados, afinal era o nosso primeiro pop, tínhamos feito mais de 14 anos e já podíamos entrar.
Chegamos no Mineirão e nos deparamos com uma multidão de gente, louca pra entrar, muitos já estavam bêbados, drogados, e nós todos novinhos olhando tudo aquilo ficamos chocados e com um pouco de medo. Como estávamos com um adulto,no caso, minha tia, não preocupamos muito.
Fomos pra entrada abarrotada, com todo mundo se empurrando, se espremendo. Ô maravilha!
Meu irmão e o Luiz, um com 16 anos e o outro com 17 resolvem comprar cerveja, e lá estão eles bebendo, se achando os mais velhos, quando chega o Juizado de Menores:
- Carteira de identidade, por favor!
- Er... moço...peraí, éééé... - isso enquanto entra em pânico.
- Vocês não têm idade para beber. - enquanto diz , revira a garrafa e entorna o liquído nos pés dos dois.
Situação mega humilhante pra eles e super engraçada pra nós. Depois desse episódio tragicômico. Resolvemos entrar. Nessa hora um "fidumaégua" resolve brigar, e aí arma o circo todo. Eu desespero e começo a gritar " Aleeeessa, Aleeessa,Matheus, tiiiiia!", os perdi de vista por uns dois minutos e fiquei assim. Senti alguém pegando no meu ombro, era meu irmão, eles estavam bem atrás de mim(hehe, burra!).
Outra briga. Os policiais entram em cena, a lesada aqui no meio dela, um estúpido mais animal do que o cavalo que ele segurava, me empurra gritando " Sai da frente"! E eu bato num carro que estava ali perto. Meu coração foi na boca de susto. O-d-e-i-o brutalidade! Ainda mais vinda de um PM.
Finalmente, chegando perto da entrada, começa uma muvuca, outro empurra-empurra, e o Luiz grita:
- ROUBARAM MEU CELULAR!
Ele puto de raiva, quer achar inutilmente o ladrão. Depois de convencido de que em meio a 30 mil pessoas, tentar achar alguém era burrice. Deixou o celular pra lá. Voltamos em direção a entrada. Outra muvuca. E o Luiz grita novamente:
- ROUBARAM MEU INGRESSO!
Pronto, agora fudeu de verdade! Pegar o ingresso de volta, impossível, entrar sem o Luiz era sacanagem, comprar outro ingresso na porta era fria. Não sabíamos o que fazer.
Saimos da muvuca, fomos para o posto policial dar queixa, nisso todo mundo puto da vida. Chegando lá, o policial nos diz que era pra fazer queixa na delegacia mais próxima, que ficava há uns 10 quarteirões, senão mais, de onde estávamos. Lá vamos nós, a pé, prestar queixa. Lembrando que nós chegamos ao estádio às 13horas e isso ja eram 16.
Depois de uma caminhada, chegamos ao local. Pra alegrar mais o dia, havia uma fila enooorme de outros infelizes que sofreram o mesmo que a gente. Fora o entra e sai de policiais carregando gente que portava drogas no evento. Quando o relógio marcou 17 horas, o show havia começado e nós nem tínhamos sido atendidos. Eu começei a ficar nervosa a gritar, xingar todo mundo. Falar palavrão. Quando soltei a besteira de falar pra deixar o Luiz ir embora e a gente voltar pro show.
Minha prima obviamente, apelou e gritou:
- "É, vamos fazer isso mesmo, Natália, o namorado não é seu,né mesmo?!
Eu ignorante, ainda retruquei :
- Eu só acho que não é justo que 7 pessoas percam o show por causa de uma, só isso. Posso?
- Então vai sozinha! Sobe o morro e entra sozinha, porque se a gente veio em grupo é pra permanecer assim, sabia?
Nessa hora, eu acordei pra vida, vi que não estava tendo senso de solidariedade com o próximo (acho que não tenho muito isso, pra ser sincera), me acalmei e disse:
-Foi mal, eu só fiquei nervosa.
Depois daquilo, acho que não precisávamos de uma briga pra temperar as merdas do dia. Ficamos em paz.
Depois de 3 horas, ás 19 em ponto, saímos da delegacia, com a ocorrência em mãos. Eu e meu irmão já estávamos em cólicas porque queríamos ver O Rappa, e perder o show deles ia arrasar com o nosso dia de vez. "Vam´bora gente...corre, que eu quero ver o Rappa!"
Àquela altura ninguém tinha forças pra voltar a pé. Chamamos um táxi, imploramos pro motorista levar 8 pessoas com uma viagem só. Ele aceitou, mas uma das condições era alguém ir no porta-malas. Enfiamos meu irmão e a Thaislla la atrás. "Aguenta firme, que é rapidinho, respira fundo!" Bam. Fechamos eles lá dentro. Nos apertamos no carro, pra caber duas moças e três meninos gigantes. Ô sufoco, meu Deus! "Aceleeeera motoooor, a gente quer chegar logo."
Urrú! Voltamos ao Mineirão. Já eram quase 8 da noite, tínhamos perdido 3 horas de show, a entrada estava vazia. Óbvio, ninguém além de nós que sobramos legal, iria tentar entrar agora.

Portaria 1. Minha Tia vai mostrar a ocorrência:
- Moça, roubaram um ingresso nosso, já fomos à delegacia e eles mandaram apresentar isso para poder entrarmos.
- Olha, você vai ter que se dirigir a portaria 5, que o responsável por esse tipo de entrada, está la.

Quem conhece o Mineirão sabe que chegar a portaria 5 não é só dar dois passos, é dar a volta no estádio, que é imenso! Chegamos a portaria 5 :
- Moça, roubaram um ingresso nosso, já fomos à delegacia e eles mandaram apresentar isso para poder entrarmos.
- Olha, você vai ter que se dirigir a portaria 7, que o responsável por esse tipo de entrada, foi pra lá.

Nesse momento eu já estava escutando o Skank tocando "Vou deixar a vida me levar, pra onde ela quiseeer", mas ali, a vida só estava me levando de portaria em portaria. Droga!
Chegando lá, o guarda que estava na porta leva a minha tia pra dentro. E lá, ela ficou por longos minutos. Enquanto isso, percebemos que havia mais uns 10 revoltados como a gente, esperando por respostas. Todos, já estressados, com vontade de quebrar aquele estádio, começamos a gritar um refrão muito singelo: IUIUIU VAI PRA PUTA QUE PARIU, ROUBARAM MEU INGRESSO, NINGUÉM SABE, NINGUÉM VIU!
E nada da minha tia voltar. Já eram quase 21 horas. 21 - 16 = 5 . Já estávamos há 5 horas naquela luta pra entrar!
De repende minha tia sai, chorando:
- #$#$#%*¨@, que droga! Eles falaram que não podem fazer nada, não! Tem muita gente que mente e faz isso pra entrar!Eles não estão acreditando. Que saco! - ela desabafou.
Ela chorou, eu chorei, minha prima chorou, menos os homens, que ficaram apenas irritados. Apenas? Não. MUITO irritados, seria melhor!
Nessa hora, o Luiz resolve ir embora, afinal só ele tinha perdido o ingresso. Mas ali, depois de tudo que passamos, tinha perdido a graça entrar.
Foi quando minha tia falou:
- Vamos tentar pela última vez! Vamos pra portaria 4.
Demos outra volta e chegamos. Minha tia vai na frente pra falar as mesmas frases de sempre. E eu fico atrás, do lado de um Policial. De repente, um instinto artístico melodramátrico toma conta de mim e eu começo a chorar e falar:
- Moço, olha pra mim, olha pros meus amigos, vê se a gente tem cara de quem precisa roubar. Olha bem.
Ele olha, percebe que nós somos aparentáveis, um pouco acabados depois daquilo tudo. Mas, éramos bonitinhos.
- Não,não têm. Mas, porque você está falando isso?
- Moço, a gente tá desde 4 horas da tarde tentando entrar porque roubaram o ingresso do nosso amigo, e ninguém deixa, só ficam falando pra gente trocar de portaria. Eu tô cansada disso, a gente é honesto e vem uma bosta leva o ingresso e a gente paga o pato, NÃO É JUSTO! - nessa hora eu entrei em prantos.
- Vou ver o que posso fazer. - ele vira e entra no Estádio.
Antes mesmo que ele voltasse, minha Tia nos chama lá de dentro e diz que agente pode entrar.
Parecia que um coro estava cantando nas nossas cabeças "Aleluia, Aleluia, A-le-lu-i-aaaa"!
A mulher com quem minha tia havia conversado logo na primeira portaria, viu que a gente estava tentando entrar há muitas horas e disse "Não, vocês estão falando a verdade. Ninguém fica esse tempo todo tentando entrar. Se fosse mentira, já tinham desistido. Podem entrar."
Entramos um por um, gritando: "Até que enfim,conseguimos". Lá dentro nos abraçamos, como se fosse uma vitória. E pensando bem, foi sim! 5 horas tentanto provar uma coisa, não foi fácil.
O policial olhou pra mim e acenou rindo, eu retribui.
Saímos correndo pra ver o show, e chegamos no intervalo entre uma banda e outra. Quando entra nada mais nada menos do que O Rappa. Putz, não podia ter "começo" de show melhor que aquele, eu e meu irmão piramos! Nosso pés que estavam doendo de tanto andar, estavam novinhos em folha, o cansaço sumiu e todo o restinho de Pop Rock Brasil valeu á pena! Restinho não, nosso show começou às 21 e terminou às 2 da manhã, aproveitamos bem!


E quando o show acabou, nós dissemos:
- Isso daria uma história!

E lembrem, era dia 11 de setembro.