domingo, 18 de outubro de 2009

Eu vou desdizer...

aquilo tudo que eu lhe disse antes.





















Eu quero dizer

Agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante.


Raul Seixas

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

E me disse que ...

E me disse que queria viver. E mais: que iria viver.

Disse também que estava cansada de sua (falta de) vida virtual, de sentimentos virtuais e de relações inanimadas. E disse ainda; estava farta de contatos e seu mais novo objetivo era "com tatos".

Não queria mais apenas ler; disse que isso cabia aos seus livros, aos poemas e as crônicas, não à vida. E que não iria ser mais apenas uma narradora onisciente,escrevendo sobre sua vida e idéias. Desejava, no mínimo, ser uma narradora-personagem, na primeira pessoa do singular. E quem sabe assim, conseguisse, ás vezes, se conjugar no plural.

Me disse também que gostaria de rir, mas sorrir de verdade, aqueles sorrisos que fazem a barriga doer e a bexiga se soltar; e que precisava disto, havia se cansado das prosopópeias do riso. Não faziam sentido, não liberavam endorfina.

E me disse categoricamente que não olharia mais perfis e nem adicionaria pessoas, achava tudo aquilo muito pragmático e previsível; disse que iria conhecê-las sem informações prévias e deixaria se surpreender, e até mesmo se decepcionar.

Me disse, por último, que iria parar de me dizer.

E ficou offline.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O eterno cordão umbilical


"Foi-se o tempo em que videogame, desenho animado, livro infantil e parque de diversões eram coisas de criança. Está cada vez mais comum vermos marmanjões por aí que não fazem questão nenhuma de abandonar as brincadeiras de adolescente."
Guilherme Rampazo


Nos dias atuais, está cada vez mais comum encontrarmos pessoas adultas vivendo e agindo como se fossem adolescentes. Diante disso, fica a dúvida sobre a razão dessa mudança comportamental, e mais, sobre até que ponto ela é benéfica.

A sociedade não ficou alheia aos adventos da modernidade, a qual além de trazer mudanças tecnológicas, também alterou o comportamento humano. Hoje, devido aos estudos, trabalho e o alto custo de vida, o jovem/adulto permanece mais tempo na casa dos pais do que antigamente. Estes mesmos fatores, aliados a uma maior liberdde sexual, faz com que os adultos não queiram mais se casar cedo.

Vivendo mais tempo sobre a "guarda" dos pais, muitas pessoas deixam de passar por experiências necessárias a formação do adulto. Assim, elas acabam se tornando mais dependentes, e muitas vezes, acomodadas. Tal fato, cria pessoas inseguras, com medo de enfrentarem, sozinhas, as adversidades do mundo.

Quando não mais tiverem os pais como suporte e seguro, elas se verão perdidas; a quem chamar? A quem perguntar? Quem irá se responsabilizar? Dessa forma, terão de amadurecer forçadamente. A maioria, não conseguindo superar a falta dos pais, continuará agindo infantilmente, como uma forma de fugir da realidade.

Essa maior permanência no lar inicial é compreensível, desde que ela seja um passo para a sua formação acadêmica e aquisição de estabilidade financeira; e não por insegurança, imaturidade e comodismo. Os próprios pais devem deixar que seus filhos amadureçam. A superproteção pode criar problemas num futuro, no qual os pais não estarão aqui para cuidarem de suas eternas crianças.





Obs: Este texto é mais uma redação para vestibular, que eu disse em posts anteriores que iria passar a compartilhar com vocês. A proposta pedia para construir uma dissertação abordando possíveis causas para a "ADULTÊNCIA" que está tão comum nos dias de hoje. Bom, eu tentei.

domingo, 4 de outubro de 2009

Egoísmo branco

O que eu mais queria neste instante, era alguma palavra que lhe confortasse. Porém não a sei. Não me veio à mente, apesar de tamanho esforço em lembrar; em dizer algo que amenizasse o que está passando. E ao me esforçar, me pergunto quem eu estou querendo ajudar, se é a mim, ou se é a você. Sendo humana, logo egoísta, não poderia pensar em ninguém antes de mim mesma.

Antes que diga que sou sincera demais, explico. Após anos de relacionamento, você resolveu me chamar de amiga, e como tal, devo sempre estar ao seu dispor, pronta para ampará-la quando me chamar, e claro, dizer sempre aquilo que necessita ouvir. E é aí, que entra o meu lado egoísta. Eu preciso honrar ao título de amiga por que ele simplesmente me agrada. Sendo assim, eu também preciso dessa maldita palavra que irá lhe fazer bem, para primeiro fazer jus ao título de amiga, e só depois por que ela poderá te ajudar.

No entanto, estamos as duas na mão. Não encontro palavras, creio não haver alguma. Você vai ter que sentir essa ferida ardendo sem nenhum dos meus "merthiolates" para cicatrizar.

Sinto muito, essa eu vou ficar ME devendo.