quarta-feira, 14 de março de 2012

Destinatário: Ela

[...]Se esse pacote, é um sentimento bom, acredite.

E ela acreditou. Em tudo e com tudo o que podia.
Acreditou sempre. Sim, por que o tal pacote havia sido aberto e dentro dele só saíram coisas e momentos incríveis. Sim, ela acreditou.
O tal pacote era um sentimento bom. O melhor que ela havia sentido até então...
Aquele que a fez sentir viva e feliz. E sim, é óbvio que ela confiava nisto. Sim, é claro que ela não esperava se enganar. Não tinha como, não havia por quê ela estar errada. Afinal, era recíproco. Ou, ao menos, parecia...
Tinha sido lindo para os dois. Perfeito para os dois... Para os Dois. Assim, ela pensava...
Mas ele não quis mais o pacote, não se sabe direito a razão, talvez seja o excesso dela, talvez...

E assim, ele a devolveu, se esquecendo de ler que no pacote estava escrito em destaque "frágil". Não tomou nenhum cuidado e a devolveu em pedaços. Tirou todo o sentimento e a verdade que havia lá dentro, e a devolveu. A devolveu sozinha, enganada, magoada e decepcionada. Tirou tudo de bom que ali havia e a deixou com lembranças de algo que nunca chegou a existir.

Mas ela não ficou ali, presa, encaixotada após a devolução. Guardou ali, tudo o que ele deixou com ela: lembranças. Fechou, guardou e foi viver.
Ela se refaz sozinha, se faz sozinha e segue em frente sozinha. Isso não quer dizer que esteja feliz, diz apenas que ela não parou no tempo. Diz apenas que ela saiu desse pacote e decidiu olhar para o que está lá fora...

Porque o mundo é grande, a vida curta e sua vontade de ser feliz, gigante.