sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Geminianos são assim...




"Eu sou mil possíveis em mim;

mas não posso me resignar a querer apenas um deles"
Copiado por mim, mas idealizado por:
Roger Bastide, Anatomia de André Gide.

terça-feira, 13 de julho de 2010

O contínuo

Perguntaram-me:
- Aonde está o contínuo?
-Não sei, não o vi - respondi.

Não o vi, não porque ele não exista, embora façam questão de querer tornar isto uma verdade. Mas sim porque está em todos os lugares em todo o tempo. É onipresente, sem nenhuma presença, é apenas o contínuo...
Contínuo é um adjetivo, algo que deveria dar qualidade às coisas. E era exatamente isso, às coisas. De acordo com o dicionário :"máquina, ininterrupto, sucessivo, que não pára"
Não pára de fazer, não pára de ir e vir, buscar, levar, carregar,guardar...
É uma máquina de prestar serviço. É um contínuo, em um mundo que insiste em não valorizá-lo, em não pará-lo.
É um contínuo... Mas está imóvel em sua constante mobilidade.
Não pára nunca, nem ao menos pra pensar em se mover desse "lugar".
E isto, isto sim é contínuo.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Somos todos uns loucos.


"Casamento - se as mulheres pensassem sobre o assunto veriam que não é vantajoso.

Dores no parto, filhos, dever conjugal.

Só a loucura para fazerem agir dessa maneira, assim a loucura é a origem da vida.

A única preocupação das mulheres é se tornar mais agradável para os homens.

É essa a razão de tantos perfumes, banhos e enfeites.

Só a loucura constitui o ascendente das mulheres sobre os homens."

Erasmo de Rotterdam - Elogio da loucura

Eu sou louca, e você?

sábado, 6 de março de 2010

O transporte é público, mas meu ouvido não!

"No ínicio, o homem criou o celular e viu que era bom. Logo depois, inventou o MP3 e viu que era bom. Resolveu uni-los e viu que era bom. Criou-se o fone de ouvido e viu que era ótimo! No entanto, não criou pessoas bem educadas e viu que era péssimo."


Os adventos tecnológicos são de extrema utilidade e conforto para a sociedade, certo? Nem sempre. Há de se levar em conta as formas e o sujeito que os utilizam. Não são todas as pessoas que sabem onde e como utilizarem. O que era para ser um "luxo" pessoal se torna incômodo coletivo. Exemplo clássico disso e motivo deste texto, são os celulares com música alta no ônibus.

O sujeito compra o celular e um dos itens anexos é o fone de ouvido, espera-se que ele saiba que este objeto foi criado para que ele escute suas músicas INDIVIDUALMENTE. Mas não, parece que a pessoa se esquece disso e resolve "dividir" o seu som "maneiro" com todos os passageiros. Eu queria muito entender a mente das pessoas que fazem isso. Será que elas pensam " Ah, essa música é muito bacana, todo o mundo está afim de ouvir"? Ou "Olha aí moçada, vejam meu supercelular com mp3"? Quem sabe a mais provável delas, que inclusive eu escutei a pessoa falando: " Foda-se quem não quer ouvir, tapem os ouvidos, desçam do ônibus, eu tô aqui pra incomodar!"?

That´s correct,baby!


Enfim, creio eu que isso nunca será compreendido por mim. Eu não consigo entender falta de noção e de educação. Como disse Anderson Costa do ClaroBlog: "É mais do que uma questão de educação: em algumas cidades é proibido por lei ligar aparelhos sonoros em alto volume. Por isso, essas pessoas estão infringindo a lei. Mas por uma postura nossa de conformismo, vamos deixando isso acontecer sem fazer nada."
Concordo que nao agir está errado, mas na maioria dos casos, as pessoas que cometem este ato são marginais, mal encaradas e nervosas. Quem se habilita a brigar com elas? Ninguém. É correr o risco de apanhar ou até morrer (hoje em dia mata-se por tudo) por exigir respeito. Você pode até ligar pra companhia de transporte público e reclamar, mas dificilmente isso solucionará algo em pouco tempo.

Diante disso, a solução que eu adoto é usar o meu fone de ouvido, escutar o que quero e ignorá-los. Infelizmente não são todos que sabem aproveitar os prazeres da tecnologia. E para aqueles que não utilizam o fone, deixo a frase que o Anderson usou em seu texto:
"Pode ser incômodo pra você usar fones de ouvido, mas é bem mais incômodo para as pessoas ao seu redor ouvirem o que não querem."


E um Vai se fuder, o transporte é público, mas o meu ouvido não! Só pra finalizar.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Caindo de pára-quedas num universo inesperado.


Primeiro dia de aula, primeiro pensamento: agora sou uma universitária, e melhor, estou numa universidade pública. Para muitos isso seria motivo de alegria, não que eu não tenha sentido isso, mas para mim, maior do que a gratificação, era a quantidade de dúvidas na cabeça. Eu vou gostar? O que eu to fazendo aqui? Será que vale a pena?

Como se sentisse que eu precisava falar, a professora pergunta:

- E você, por que escolheu o curso de Pedagogia?

BUM! A pergunta fatídica. Eu minto e agrado os ouvidos dessa sra ou eu jogo logo a verdade pra ela, e assim nós realmente nos conhecemos? Ok, ela já é velha de profissão, já deve estar acostumada a escutar tudo que é coisa. Vamos a realidade dos fatos.

- Pra ser sincera - eu começo - Pedagogia nunca foi meu sonho de profissão. Na verdade, eu sempre me interessei pela área da comunicação.

- E o que faz aqui, então? - ela perguntou.

- Bom, eu sempre disse que iria estudar de graça, e ao olhar as opções de curso daqui, pedagogia foi o que mais me chamou atenção. E como eu não passei no curso que queria, resolvi vir pra cá. É isso.

- Já que você está aqui, espero que goste e aproveite o curso. Só pra constar, eu também não queria este curso e hoje estou aqui dando aula sobre isso. Acontece...

E aí eu fiquei pensando: é, espero que eu goste. Caso isso não aconteça, vestibular tem todos os anos. Afinal, eu tenho apenas 19 anos e talvez os meus sonhos de hoje não sejam os mesmos de amanhã.

Enquanto isso, vou aprendendo a educar.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Uma vontade básica.


Uma das coisas inerentes ao ser humano é a capacidade de sonhar. Não estou falando daquilo que acontece quando você desmaia na sua cama, não, é algo além. É aquele sonhar que vem junto com a esperança, e acima de tudo que chega através da vontade. Sim, vontade. Quem é que não tem? Vontade disso,vontade daquilo...

E se não é possível realizá-lo no agora, há sempre aquela velha esperancinha de que um dia quem sabe/talvez/possivelmente/no futuro se realizará. Quando iniciei um ínfimo estudo de filosofia que não é digno de crédito, li algo sobre a Caixa de Pandora enviada à Terra pelos deuses. Dentro dela havia todos os males do mundo, os quais foram "libertos" quando Pandora abriu a caixa. Porém, apenas a Esperança ficou lá dentro. E aí podemos nos perguntar: se a esperança é algo tão bom, por que estaria junto das coisas ruins? Talvez ela não seja algo tão bom assim. Enfim, o que eu quis dizer é que talvez a esperança nos sirva apenas para afastarmos da nossa realidade. E vamos voltar a falar da vontade, que era sobre isso que começei este post.

Há diversas vontades, a sua, a dos outros, a por puro capricho,a por necessidade física, tem até a tal da "força de vontade", que eu nem sei como se define isso. Vontade não é basicamente um desejo? E por que força disso? Tá,eu sei, é maneira de falar, mas que soa estranho isso soa. Tem também a boa e a má vontade, o estar à vontade, enfim...não estou com vontade de falar todas. Até frases clichês (idiotas) foram criadas para essa tal vontade, como "Os preguiçosos sempre têm vontade de fazer alguma coisa." (adorei essa, não que eu seja preguiçosa, que isso...)

O fato é que nesse meu tempo de ócio, no qual não estou fazendo absolutamente nada, eu reparei que sou uma pessoa com muitas vontades. E eu sei que por mais esperança que eu tenha, não vou realizar nem metade delas. Por exemplo, no momento, alguns dos meu desejos são: fazer Comunicação por profissão, História por prazer, Psicologia por interesse puro, concluir meu inglês por simples prazer, ser fera em informática, fazer uma tatuagem, arrumar um emprego, viajar por Minas Gerais inteira, depois sair pelo país afora e finalmente cair fora daqui pra Europa e só depois de muitas viagens retornar ao meu lar. Também quero perder alguns quilos, conhecer pessoas novas, tirar minha carteira de motorista, fazer Teatro por curiosidade, ser voluntária em alguma instituição carente,etc. É, isso é só pra dar uma certa noção à vocês.

Não me falta esperança e muito menos vontade, só me falta uma coisa que resolveria mais que 50% das minhas vontades, um problema quase que universal: DINHEIRO. Então, antes de qualquer outra vontade, eu tenho vontade de ganhar dinheiro. É isso. E não me chamem de capitalista interesseira. Quem é que não apostou na Mega da Virada?

Esperança, meus caros...esperança.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Dois diários e uma história

Diário dela

A cada dia que passa eu me pergunto o que é que vim fazer nessa espelunca, e mais, por que raios eu continuo aqui. A pensão de Dona Nena nunca foi nem será a melhor da cidade. Os quartos são pequenos, as paredes estão descascando, quando chove tem goteira e a comida dela deixa muito a desejar. Além do mais, tem o García, ah,o García! Sujeitinho insuportável e implicante.

Aquele homem pensa que é melhor do que todos nós "brasileños" só porque é Espanhol. Grandes coisas, antes tivesse ficado lá, assim não teria o desprazer de conhece-lo. Desde que cheguei aqui há dois anos atrás, percebo a hostilidade que ele reserva apenas para a minha pessoa. Sempre o escuto pelos cantos a reclamar, "Mas esta moça no si porta como una dama, pinta tanto la cara que parece um payaso." Ora,bolas! Gosto de me sentir bonita, que mal há nisso? "Mira el tamaño de lo vestido dela, mi hija no se vestiria assim." Ah, se ele soubesse o quanto este sotaque de novela mexicana me irrita!

Mas hoje esse espanholzinho de merda disse a pior de todas as aneiras sobre mim. Se a minha vontade de esconder que escuto as conversas pelas paredes não fosse maior do que ódio que se apossou de mim, teria voado nele ali mesmo. Tive de recorrer à essas páginas para derramar toda minha raiva, mas por ora estou cansada. Amanhã continuo meu relato.

Diário dele

Já nem consigo me lembrar mais de cuando mi vida era de paz en esta casa. Desde que essa muchacha llego ahi na pensão, mis dias de paz se fueran embora. Ás vezes parece que és de propósito que ella hace las cosas, apenas para provocar el puebre García. Yo he dicho a Dona Nena: "Esta mujer, no és digna de su confiança. Manda ella embora daqui, és joven, esperta e muy guapa, le trará problemas en el futuro."

E hoy, mi aviso se confirmou. Leticia no passou despercebida a mi ojos, yo se que foi ella quem roubou o pequeno baú de Dona Nena. Hable sobre isto con Miguel, pero elle me disse que yo no tengo pruebas contra Leticia. E daí? La unica persona capaz de hacer isto en esta casa, és ella.Falsa e dissimulada. E além do mais, desde que el báu sumiu, ella aparece com ropas nuevas, e siempre sai para festas caras. De onde vem tanto dinero?

Dona Nena está muy preocupada com lo roubo. Ningún de nós sabe lo que há dentro de lo baú. Pero pienso que deve ser algo muy valioso, tamanõ el desespero de Dona Nena. Yo iré descobrir como Leticia roubou e o que ella roubou. Mi aguarde.

CONTINUA...