terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O Reveillon das Gavetas


Nós somos gavetas.

Sim, nós somos, acredite nisso. Passamos 365 dias acumulando lixos, papéis e sentimentos. Engavetamos decepções e problemas, mas deixamos sempre uma brechinha para esperança sair quando necessária.

Algumas gavetas estão entupidas de coisas inúteis, outras de coisas boas e muitas estão vazias.Enfim, somos gavetas. E quando chega o final do ano, todos nós nos limpamos, jogamos fora o que não foi bom e organizamos o armário, deixando tudo lindo e impecável para o ano que está chegando.

E aí depois que passa Janeiro e o Carnaval, voltamos a ser gavetas desarrumadas à espera do próximo Reveillon, no qual nos limparemos novamente. E o ciclo continua.

Feliz 2010 para todas as gavetinhas que visitam este espaço!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

And so this is Christmas...

And so this is Christmas...



Chegou Dezembro, o mês mais solidário, mais cheio de amor, paz, fraternidade e nhenhe. Bom, é o que dizem os filmes, os programas, as novelas. E em parte é algo que eu até consigo ver no dia-a-dia; quantas pessoas não resolvem ajudar os mais necessitados nessa época? Quantas famílias separadas por km de distância ou até mesmo por intrigas não se unem nesta data? Quantas pessoas enfrentam mais calmas as filas e os tumultos nos shoppings?

Há quem diga que isso não deveria ser somente perto do dia 25, e eu tenho que concordar. Não devemos ajudar, reconciliar e sermos mais benevolentes só porque é assim que manda o "clima natalino". Mas isso já faz parte da cultura cristã e por mais que digam que o seu sentido se perdeu, isso não ira mudar. Há tantas outras datas em que ocorre a mesma deturpação. Pensem no Carnaval. Essa é a época que a maioria das pessoas resolvem ir a farra, beber muito e beijar muitos. Era esse o sentido original também? Não. Vejam a Páscoa. Quem é que se lembra da ressureição de Cristo quando abre aquele ovo de páscoa nº 50?

Considero uma revolta em vão, a de quem detesta o Natal pensando no lado capitalista da coisa. A desigualdade está aí 365 dias do ano, e será que estes mesmos críticos a percebem fora das festas de Dezembro? É por que eu posso ter um Chester na minha mesa e um presente de amigo oculto e outros não, que eu devo odiar a data? É por isso? Se assim for, devo me odiar a cada minuto que possuo algo e outro não. Infelizmente, o Capetalismo precisa de uma sociedade desigual para se sustentar, e é nesse mundo que vivemos.

Não estou aqui pregando "Dane-se quem não tem, eu tenho"; não é isso. Eu simplesmente sei que não está em minhas mãos mudar o mundo e ajudar a todos, por mais que quisesse.

Por isso, eu desejo sim, um Feliz Natal à todas as pessoas, até pra quem eu desconheço. Por que não acho ruim desejar bons votos e querer que todos tenham uma boa noite do dia 24 e um ótimo dia 25, com quem for e da forma que for.

Ademais, não considero pecado e tampouco maldade, eu estar feliz por passar a data com as pessoas mais importantes para mim (família), e poder presenteá-las como uma forma de confraternização. Afinal de contas não é isso que se faz em datas de aniversário? Quando comemoramos o dia em que nascemos? Então, dia 25 é o dia em que Jesus nasceu...

Feliz Natal pra vocês.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Conversa coletiva



-Chegou, finalmente!

- Nossa, que demora!
- Anda, sobe logo.
-Nossa, que povo mais sem educação.
- Mas, menina nem te conto o que aconteceu ontem, bafão, espera a gente sair daqui que eu te falo!
- Alô? Oi, amor. Já estou chegando, rapidinho, só uns 10 minutos.
- Não,cara, esse time nosso,viu...Vou te falar, uma decepção! Tá me dando mais raiva do que minha mulher!
- Ah nem, não aguento mais ficar aqui. Que demora.
- Com licença, minha senhora. Tô passando, com licença.
- Nossa, quando chegar em casa ainda tenho que lavar roupa e fazer a janta, ô vidinha mais ou menos.
- Ah não, vou pedir demissão, não aguento mais. É longe e o salário não compensa. Olha só: duas horas de viagem! Ah nem!
- Dona, quer que eu segure a sua bolsa?
- Cara, olha aquela moreninha que acabou de levantar. Nossssa....
- Moço, você sabe se passa na Av. Cristiano Machado?
- Abre a porta de trás aí!
- Que trânsito maldito! Coisa que não anda, meu Deus do céu!
- Putz, todos descendo e a gente ficando.
- É melhor que fica vazio, sem aquele calor humano, sem grude.
- É mesmo.
- Chegamos.



PONTO FINAL
.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Ah! O Johnny...

Johnny Depp é eleito o homem mais sexy do mundo pela revista People.




E pela segunda vez, ein...


Me diz se não foi completamente merecido?


Lindo, sexy e ótimo ator.

Ah...Johnny Depp! Sempre será o meu eleito!



Ps: Nunca postei nada sobre homens e nem aspirações pelos belos, mas o Johnny merecia. Me desculpem os homens!


domingo, 8 de novembro de 2009

Os objetos

(...) E apertou os olhos molhados de lágrimas, de costas para ela e inclinado para o abajur.–Veja, Lorena, veja...

Os objetos só têm sentido quando têm sentido, fora disso...

Eles precisam ser olhados, manuseados.
Como nós.


Se ninguém me ama, viro uma coisa ainda mais triste do que essas, porque ando, falo, indo e vindo como uma sombra, vazio, vazio.

É o peso de papel sem papel, o cinzeiro sem cinza, o anjo sem anjo, fico aquela adaga ali fora do peito.


Para que serve uma adaga fora do peito? (...)


Os objetos - Lygia Fagundes Telles
(conto da obra Antes do Baile Verde)


domingo, 1 de novembro de 2009

Sensível demais ...

... eu sou um alguém que chora.


Taí uma coisa que não me falam frequentemente: que sou sensível. Chorava à toa constantemente quando criança, mas depois de "visitar" uma psicóloga por alguns anos, esse quadro mudou e a fonte secou. Não era mais tão fácil arrancar lágrimas de mim, o caso tinha que ser grave, a raiva intensa e a dor inevitável.

No entanto, ando com os nervos à flor da pele (estresse de vestibular,é isso) e o que antes era difícil de acontecer, agora sai facilmente. Prova disso, foi o meu último sábado. Logo de manhã, comecei a assistir o documentário Diamantes de Sangue no History Channel; o qual mostra os conflitos que ocorreram na África devido ao tráfico de diamantes.

Ao assistir tamanha violência, miséria e sofrimento pelo qual os civis de países como Serra Leoa estavam submetidos, eu me perguntava como um ser humano pode matar, estuprar e decepar o seu semelhante? Ganância, dinheiro, interesse político? Sim, estes são os motivos apresentados, mas está além da minha compreensão, o fato de existir razões para matar.



Após quase duas horas de cenas fortes e depoimentos emocionantes, as lágrimas vieram quando uma moça africana conta como perdera o marido e o filho ao mesmo tempo. Os guerrilheiros cortaram a mão do esposo e ela o viu gritando "Eu estou sangrando, me cortaram". Logo depois ela, grávida, teve um pedaço de graveto enfiado em seu útero para que ela perdesse o bebê. Enfim, minha perplexidade diante de tamanha brutalidade e selvageria fez com que eu chorasse. Sim, eu chorei assistindo um documentário,e daí?




À noite pra fechar o dia eu fui assistir A Lista de Schindler (1993), um filme vencedor de 7 Oscar e super recomendado quando se trata sobre o Holocausto. Enfim, o próprio tema já é algo digno de se emocionar sem precisar de imagens. O longa retrata, com a 2ª Guerra como pano de fundo, a história de Oskar Schindler, um empresário que após conseguir acumular riquezas às custas dos judeus, salva mais de mil vidas judias, colocando-os na sua lista de empregados, evitando assim que eles fossem para os campos de concentração de Auschwitz.

As atrocidades anti-semitas de Hitler sempre me causaram repulsa e indignação, o que não foi diferente com esse filme. E é claro, eu chorei novamente, chorei com o filme e chorei com os depoimentos dos sobreviventes que estavam na lista.



É...Ontem foi o dia de ver até onde o homem vai quando se trata dos seus objetivos. E de lamentar pelas vidas que pagaram por isto que eles chamam de "interesse". Não há diamante que traga as vidas perdidas de volta e apague a dor dos que sobreviveram. E não há explicações lógicas para a perseguição e o ódio aos judeus. É tudo tão ilógico e anormal quanto o fato de eu conseguir chorar tão facilmente...


PS: Quem se interessar pelo documentário, ele está disponível no Youtube, é só clicar aqui.

domingo, 18 de outubro de 2009

Eu vou desdizer...

aquilo tudo que eu lhe disse antes.





















Eu quero dizer

Agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante.


Raul Seixas

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

E me disse que ...

E me disse que queria viver. E mais: que iria viver.

Disse também que estava cansada de sua (falta de) vida virtual, de sentimentos virtuais e de relações inanimadas. E disse ainda; estava farta de contatos e seu mais novo objetivo era "com tatos".

Não queria mais apenas ler; disse que isso cabia aos seus livros, aos poemas e as crônicas, não à vida. E que não iria ser mais apenas uma narradora onisciente,escrevendo sobre sua vida e idéias. Desejava, no mínimo, ser uma narradora-personagem, na primeira pessoa do singular. E quem sabe assim, conseguisse, ás vezes, se conjugar no plural.

Me disse também que gostaria de rir, mas sorrir de verdade, aqueles sorrisos que fazem a barriga doer e a bexiga se soltar; e que precisava disto, havia se cansado das prosopópeias do riso. Não faziam sentido, não liberavam endorfina.

E me disse categoricamente que não olharia mais perfis e nem adicionaria pessoas, achava tudo aquilo muito pragmático e previsível; disse que iria conhecê-las sem informações prévias e deixaria se surpreender, e até mesmo se decepcionar.

Me disse, por último, que iria parar de me dizer.

E ficou offline.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O eterno cordão umbilical


"Foi-se o tempo em que videogame, desenho animado, livro infantil e parque de diversões eram coisas de criança. Está cada vez mais comum vermos marmanjões por aí que não fazem questão nenhuma de abandonar as brincadeiras de adolescente."
Guilherme Rampazo


Nos dias atuais, está cada vez mais comum encontrarmos pessoas adultas vivendo e agindo como se fossem adolescentes. Diante disso, fica a dúvida sobre a razão dessa mudança comportamental, e mais, sobre até que ponto ela é benéfica.

A sociedade não ficou alheia aos adventos da modernidade, a qual além de trazer mudanças tecnológicas, também alterou o comportamento humano. Hoje, devido aos estudos, trabalho e o alto custo de vida, o jovem/adulto permanece mais tempo na casa dos pais do que antigamente. Estes mesmos fatores, aliados a uma maior liberdde sexual, faz com que os adultos não queiram mais se casar cedo.

Vivendo mais tempo sobre a "guarda" dos pais, muitas pessoas deixam de passar por experiências necessárias a formação do adulto. Assim, elas acabam se tornando mais dependentes, e muitas vezes, acomodadas. Tal fato, cria pessoas inseguras, com medo de enfrentarem, sozinhas, as adversidades do mundo.

Quando não mais tiverem os pais como suporte e seguro, elas se verão perdidas; a quem chamar? A quem perguntar? Quem irá se responsabilizar? Dessa forma, terão de amadurecer forçadamente. A maioria, não conseguindo superar a falta dos pais, continuará agindo infantilmente, como uma forma de fugir da realidade.

Essa maior permanência no lar inicial é compreensível, desde que ela seja um passo para a sua formação acadêmica e aquisição de estabilidade financeira; e não por insegurança, imaturidade e comodismo. Os próprios pais devem deixar que seus filhos amadureçam. A superproteção pode criar problemas num futuro, no qual os pais não estarão aqui para cuidarem de suas eternas crianças.





Obs: Este texto é mais uma redação para vestibular, que eu disse em posts anteriores que iria passar a compartilhar com vocês. A proposta pedia para construir uma dissertação abordando possíveis causas para a "ADULTÊNCIA" que está tão comum nos dias de hoje. Bom, eu tentei.

domingo, 4 de outubro de 2009

Egoísmo branco

O que eu mais queria neste instante, era alguma palavra que lhe confortasse. Porém não a sei. Não me veio à mente, apesar de tamanho esforço em lembrar; em dizer algo que amenizasse o que está passando. E ao me esforçar, me pergunto quem eu estou querendo ajudar, se é a mim, ou se é a você. Sendo humana, logo egoísta, não poderia pensar em ninguém antes de mim mesma.

Antes que diga que sou sincera demais, explico. Após anos de relacionamento, você resolveu me chamar de amiga, e como tal, devo sempre estar ao seu dispor, pronta para ampará-la quando me chamar, e claro, dizer sempre aquilo que necessita ouvir. E é aí, que entra o meu lado egoísta. Eu preciso honrar ao título de amiga por que ele simplesmente me agrada. Sendo assim, eu também preciso dessa maldita palavra que irá lhe fazer bem, para primeiro fazer jus ao título de amiga, e só depois por que ela poderá te ajudar.

No entanto, estamos as duas na mão. Não encontro palavras, creio não haver alguma. Você vai ter que sentir essa ferida ardendo sem nenhum dos meus "merthiolates" para cicatrizar.

Sinto muito, essa eu vou ficar ME devendo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Funk: cultura popular ou falta de cultura?

O Funk, ritmo musical típico dos aglomerados urbanos, surge no cenário brasileiro como forma de expressão de classes menos abonadas do país. Devido às letras que abordam temas como sexo, violência e drogas, muitos consideram o funk um estilo ruim e vulgar. Esse julgamento, muitas vezes, é oriundo da libertinagem e da venda de drogas que ocorrem nos locais de baile funk.

Entretanto, o ritmo vem superando esses preconceitos e está cada vez mais presente no ambiente de diversas classes sociais. Tamanha dispersão e aceitação, podem ser explicadas pelo ritmo dançante e letras comerciais, de fácil entendimento pela população.

Diante disso, o funk dever ser considerado uma manifestação popular; pois ele representa uma parte da população brasileira por possuir um estilo característico, uma mensagem singular e um público alvo em crescimento.

É inquestionável o fato de que os gostos musicais jamais serão unânimes, tampouco alguém é obrigado a escutar uma música que não lhe agrada. O que deve ser comum à todas as pessoas, é o respeito e o reconhecimento às diversas culturas. Não há culturas melhores, ou piores, há apenas diferentes.


Obs: Como estou sem tempo para novas criações, dividirei com vocês algumas de minhas redações de vestibular. Não são lá muito interessantes, mas quebram o galho. Frases clichês e argumentos objetivos serão comuns, afinal o vestibular não permite que eu mostre minhas garras e deixe minhas marcas. Tudo muito água com sal.

A proposta do texto acima, pedia para discutirmos se o funk era ou não uma forma de cultura do país. Pois bem, dei minha opinião, e de fato penso que seja cultura sim. Porém, o estilo não me apetece nem um pouco. Considero as letras ruins e sem nada para acrescentar. Mas, enfim, na hora do rebolation, eu até consigo chegar na velocidade 3...

Então, deixo vocês, com um pequeno exemplo do imenso arsenal funkeiro:


"Ae mulherada, quer emagrecer,
quer ficar gostosa?
Então vem com o bonde nervoso
senta, senta e rebola"

senta senta senta senta, toma
senta senta senta senta, toma
senta senta senta senta senta e rebola
senta senta senta senta senta e rebola

Senta e rebola
pra ficar com a perna grossa
Senta e rebola
Tcha tchucutchum, tcha tchucutchum

Senta e rebola
pra ficar com a perna grossa
Senta e rebola

Tu malha na academia
isso pra mim é palhaçada
vem dançar no baile funk
que tu fica mais sarada

Tu quer ter bumbum durinho
quer ficar coma perna grossa
eu já tenho a solução
desce,sobe e rebola"

Bonde do Nervoso - Senta e Rebola


Durmam com esse barulho.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Lição de casa

Hoje de manhã estava assistindo ao jornal Bom Dia Brasil, da Globo, até que uma reportagem me chamou a atenção.

A monitora de uma escola municipal da cidade de Araçariguama, SP, incentivou sua filha a brigar na porta da escola. O motivo da briga não é supresa pra ninguém. Duas adolescentes brigando, só pode ser por quê? Por causa de homem, claro. De acordo com a Polícia Civil, o namorado de uma delas teria ficado com a outra. Acho interessante o conceito de motivos que algumas pessoas têm, mas enfim, isso não vem ao caso (não pra este post).

O fato é, as duas adolescentes se atracaram e a porrada rolou solta. Não por que não houvesse nenhum responsável por ali, pelo contrário, a mãe da agressora (a que começou a briga) estava presente e ao invés de separar as garotas, como era seu dever de mãe e monitora, além de não deixar ninguém intervir na briga, passou a incentivar sua filha a bater mais.

"Soca a cara dela"; " De direita, do jeito que eu te ensinei"; "Soca ela, seu pai está esperando no carro"; foram frases desse tipo que a mãe Meire Aparecida, disse no momento da briga. A monitora negou o incentivo em depoimento a Polícia e justificou a sua passividade, alegando que a filha deveria "aprender a se virar, se não apanharia em casa".

Por má sorte dela, ou sorte da agredida, o fato foi filmado e já está circulando em tudo que é lugar. É, não adianta negar D. Meire. O caso foi encaminhado para o Juizado Especial de São Roque, e Meire teve suas atividades suspensas.

Agora que está desempregada, D. Meire poderia pensar em abrir uma escola de artes marcias. Karatê, Jiu-jitsu, sei lá. Não é bater que ela está ensinando mesmo?

"Não criei filha para apanhar na rua".

Quem merecia apanhar era você, D. Meire. Pra aprender...pra aprender...




Aí está o vídeo do mais novo método de educação familiar.

sábado, 12 de setembro de 2009

Ocupo tempo com coisas deprê


Esse é o nome de uma das milhares comunidades inúteis do querido Orkut. E por forças ocultas do destino eu me encontro nela. Não,não. Não teve forças ocultas, foi uma identificação mesmo. Não que eu esteja depressiva e faça coisas do tipo, mas é como o próprio título diz, muito tempo à toa é muito tempo para fazer coisas entediantes e que deixaria triste o mais feliz do seres.

Por exemplo, deitar na cama ao som de Maria Rita cantando:

"anda tira essa dor do peito, anda despe essa roupa preta e manda seu corpo deslembrar!"

Quem é que não teria vontade de chorar? Escutar The Fray, Radiohead, Enya, Los Hermanos, enfim, só melodias tristes, letras sombrias e com dores de corno. Uma completa fossa. Por incrível que pareça, eu consigo sentir prazer ao ouvi-las. Além de músicas depressivas, vale também assistir um romance com final infeliz, claro. O mocinho morre, alguém tem uma doença terminal e a trama é repleta de desencontros e dramas.

Aliado à música e ao filme não pode faltar o chocolate ou algo com um certo teor álcoolico. Se a "atoice" for de longa duração e os filmes e músicas não completarem o tempo, nada como ligar o pc e não ter ninguém (legal) online. Pronto, tédio total no msn, você já começa a pensar que todos saíram e só você,VOCÊ, está trancafiado em casa. Não bastasse isso, você começa a fuçar o orkut dos outros e passa a reparar "a vida feliz" que eles levam. Angustiado e revoltado você desliga o pc, apaga a luz do quarto e fica ali na escuridão; apenas pensando e refletindo sobre sua vida.

Caso seja sábado, no fim do dia você pode se dar o presente de assistir Zorra Total (é um programa de humor, mas totalmente depressivo). E se for domingão, nada melhor do que assistir Faustão, Sílvio Santos e Fantástico. Parabéns, o seu final de semana foi uma completa depressão.

Para fechar com chave de ouro, no final do domingo, quando estiver começando No Limite, é só você se lembrar do próximo dia. Aí, meu caro, você chora.


terça-feira, 8 de setembro de 2009

Apelo de um órgão abandonado

Eu me lembro bem da época em que você era jovem. Ah, quantas saudades! Eu vivia elétrica e intensamente; com você não havia tempo para descanso. E quando você se apaixonou pela primeira vez, por aquela garotinha que sentava na carteira da frente na escola? Eu pulava tanto,mas tanto que parecia que iria saltar pela sua boca e me por a mostra ali mesmo, na carteira da escola. Mas isso não foi nada perto do seu primeiro beijo. Meu Deus! Achei que ali era o meu fim, não aguentava mais me abrir e fechar tão rapidamente.

Logo depois veio sua estréia nas desilusões do amor. Como sofreu, ou melhor, como sofremos!Durante meses eu fiquei ali apertadinho, levando sérias "fincadas" quando você se lembrava dela ou apenas se aproximava. Cada contato um apertão, um choque diferente. Como aquilo doía; chegamos a pensar que nunca mais iríamos amar, somente pela simples vontade de nunca mais sofrer.

Ledo engano, naquele tempo você era apenas um homenzinho em construção. Você cresceu e durante todo esse percurso eu vibrei com suas alegrias, paixões e excitações, também não pude deixar de sentir suas dores. Afinal de contas eu sou você. Ou será você eu? O que sei é que eu preciso de um corpo para bater e você de de mim para sobreviver. E foi essa relação de íntima necessidade que nós mantivemos durante esses seus 46 anos de existência.

Mas agora, cara, parece que se esqueceu que eu existo, e mais, esqueceu que eu sou vital para a sua pessoa. Há anos que eu não sinto uma emoção diferente. Todos os dias aquela mesma rotina de TUM-TUM-TUM, às vezes me sinto como um sino de igreja naquele badalar entediante. Você nunca mais amou ninguém, nem sequer se aproximou de uma mulher. Nem sofrer, você sofre. Que isso, homem! Eu também preciso de excitações, de me exercitar, sabia? Ah que saudades dos tempos em que você não me deixava em paz...

Como se não bastasse o marasmo de emoções, você ainda quer dar cabo de nós dois com uma tacada só; fica se embebedando, entupindo o pulmão de nicotina e comendo até pedra que estiver na sua frente. Só lhe aviso uma coisa: já estou sedentário e caso precise que eu force a circulação para passar sangue nesse cano de gordura que você chama de veia, eu não terei forças. E aí, meu caro, era uma vez eu e você.



Já que falamos em fatalidades. Não vou esconder minhas imaginações. Estou tão cansado dessa vida chata e monótona que você leva, que cheguei a desejar que você tivesse uma morte cerebral e assim eu fosse parar no corpo de outra pessoa. Quem sabe esta não gostasse de viver mais do que você? Seria uma emoção inesquecível sair desse mundinho fechado, nem que fosse por alguns minutos. Bom, como essa morte não depende de mim, eu procurei outra alternativa. Um princípio de infarto, talvez. Assim você iria se assustar e começar a me dar o devido valor. Mas é melhor não, deixa isso pra lá, eu correria riscos em prol de uma incerteza. Se bem que já seria uma emoçãozinha...

Acorda cara, vai viver! Sei lá, corre daqui até a esquina, levanta essa bunda. Eu precisava de sentimentos, mas já que está em falta, me exercite apenas, por favor! POR FAVOR!!! Eu imploro!

Não acredito! Você está se levantando, aleluia! Saiu de casa, amém! Está atravessando a rua, tentou correr, não acredito, eu estou frenético novamente,tutututututu, não conseguiu correr! Ai meu Deus, eu estou parando, eu não quero parar, tum...tum..., eu quero bater, eu que-ro ba-ter, eu que-ro, eu...ba-ter.
Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Uma massa cinzenta e um Super Bonder

O bloqueio criativo que acomete todos os blogueiros, mais uma vez tomou conta de mim. Não é preguiça, muito menos falta de vontade. Na verdade, é isto o que acontece comigo:

Todos os dias a mesma explosão, mais precisamente no fim do dia. Logo, logo, quando eu terminar de colar meus pedaços, postarei algo digno aqui no P.G.
Prometo que não demorarei. Sério. Palavra de escoteiro.

Sorte de hoje

Todo o mundo conhece a Sorte de Hoje do Orkut. Algumas pessoas confiam naquilo, outras apenas leêm, pois é inevitável não ler qualquer frase posta defronte à nós (meu caso). Enfim, a sorte taí para cada um usá-la à sua maneira. Mas têm algumas frases, que eu não entendo porque o orkut designa como sorte. Vejamos algumas:
  • Escreva um depoimento para um amigo hoje.
  • Seu talento para o mundo dos negócios é evidente na sua personalidade.
  • Quem se apaixona por si mesmo não tem rivais (será???)
  • A sociedade prepara o crime, o criminoso o comete.
  • Venda as suas idéias – elas são completamente aceitáveis
  • Você subirá de posição social sem nenhum esforço especial (Mega Sena rules ou golpe da barriga, mas este tem um leve esforço,leve.)
  • O vício de hoje pode se tornar a virtude de amanhã. (Me dêem um exemplo,por favor.)
  • Hoje você vai ver um biscoito da sorte que nunca viu antes. (finalmente vou ver)
  • O orkut é um site imbecil, saia daqui e certamente sua sorte irá melhorar. (tá, é fake, mas eu gostaria de ler algo assim, mereceria até um print)
Eu ficaria aqui colocando zilhões de frases sem sentido. Porém, eu não sou à toa e nem vocês iriam ler tudo. Mas, para mim essas citadas acima e muitas outras parecem mais um horóscopo fajuto, do que sorte.Penso que sorte é algo como você ganhar na loteria, ter um dia bom, conhecer alguém legal, quebrar o dedo do pé na quina da cama, cair numa poça d'água, coisas do tipo. Não essas "boiolagens" de frases feitas no estilo auto-ajuda.

Aff. E porque raios eu estou me preocupando com isso? Não, não estou. Toda essa enrolação foi primeiro, pra postar aqui no P.G (nem sou cara de pau) e segundo, para mostrá-los a minha Sorte de Hoje e o que penso dela.

Pois bem, nesta maravilhosa Segunda-feira, o Orkut reservou essa pequena "sorte" para mim:

"Uma pessoa precisa de uma boa reputação para sobreviver"


Primeira consideração: ISTO NÃO É SORTE!
Agora vamos à minha reflexão sobre:
Não creio que esta seja uma frase verdadeira. Logo após lê-la, eu pensei nas grandes empresárias do país, "nas donas do próprio negócio", mais diretamente, nas garotas de programa. Elas não têm nenhuma rePUTAção e sobrevivem, diga-se de passagem, melhor do que muitas pessoas ditas dignas e idôneas. Taí, um primeiro contra-argumento.
Pensando mais um pouquinho, eu me lembrei dos políticos corruptos deste país justo e honesto. A maioria têm o seu podre, a sua maracutaia, o povo sabe e poucos se revoltam. O fim todos nós já conhecemos. E eles continuam lá, sendo chamados de ladrões, corruptos e filhas das garotas ali de cima, mas sobrevivendo mais do que bem. Melhor do que qualquer pobre,miserável e de bom "coração".

E agora, precisa ou não precisa de boa reputação? Creio que não. Sendo assim, eu reescreveria a frase acima dando um toque subjetivo à ela:

"Uma pessoa precisa de uma boa reputação para fingir aos outros que ela é o que não é, e assim ser pseudo-aceita pela sociedade."


Para mim é questão de aceitação e não de sobrevivência.

Esse Orkut,viu...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Diário de um caminhoneiro - O Fim

Parte 2


Quando a vi, ela estava toda animada. Tinha conseguido um emprego numa fazenda da região. Iria ensinar os trabalhadores a ler e escrever. Disse que o salário não era bom, mas pelo menos ia fazer o que mais gostava, ensinar. E desatava a falar dos seus sonhos de ver uma sociedade mais justa, com boa educação para todos. Ah, como ela era sonhadora! Depois de um tempo, começamos a sair frequentemente e eu somente a escutar. Burro como era, tinha vergonha de falar as coisas com uma dama tão sabida. Percebendo isso, ela dizia: Beto, deixa eu lhe ensinar as coisas, deixa? Me chamava de Beto, não Betão, achava este último, um nome grosseiro, coisa de peão. Ora, e o que mais eu era? Minha gente, com um pedido vindo daquela menina/mulher como haveria eu de dizer não? Sim, Alfinha, eu deixo. E me ensinou - ou tentou - por que eu mais prestava atenção aos seus gestos delicados do que em suas palavras. Eu era um bom aluno, atencioso demais. E estarei mentindo se disser que não aprendi algo, pelo contrário, Alfinha abriu meus olhos para o mundo. Se não fosse ela, não saberia como organizar as palavras e nem estaria escrevendo este texto.

A cada dia eu me apaixonava mais. "Beto, leia esses versos para mim: "Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente..."
Ah, Alfinha leio estes e todos os outros que você mandar, pois meu coração já está completamente em chamas, assim eu pensava. Foi numa dessas leituras, que eu a beijei pela primeira vez. Quando estava a recitar "É querer estar preso por vontade", não me contive e a trouxe para perto de mim, finalmente beijando aquela tão desejada boca. E para minha surpresa, ela disse: "É cuidar que se ganha em se perder." E ali, começamos nossa relação, um namoro, noivado, casamento, chame do que quiser, o que tínhamos, eu sabia, seria para sempre, como ela mesma dizia, "que seja eterno enquanto dure".

Numa dessas "bubiça" de apaixonados, ela me falou uma coisa engraçada. "Beto, juntando o meu nome e o seu, sabe o que forma?" E eu respondi: "Sei lá, Alfinha, pensar é pra você, querida."
E ela disse em meio a risos. "Alfabeto". Eu ri. Céus! Além de linda, era engraçada! E daí em diante seríamos como alfabeto, e não poderia ser Alfa ou Beto, pois só o alfabeto dava sentido às coisas. É claro que foi ela quem disse isso, afinal eu não tinha mente para essas criações de pessoas inteligentes.

Se passaram dois anos, e eu peão xucro indomável, havia sido laçado e estava decidido a fincar pé naquela cidadezinha. Eu e Alfinha iríamos nos casar, a casinha já estava sendo construída. Não podíamos estar mais felizes, eu virei o construtor da cidade e Alfinha a professora mais querida. Nessa época, comecei a pensar: Algo de ruim vai acontecer, pobre não tem tanta felicidade de graça, não mesmo.

Numa dessas noites do mês de Março, Alfinha iria explicar aos seus alunos sobre a Origem da Vida, uma tal de Evolução, algo assim. Tinha falado num tal de Big Bang, que eu entendi por Big Bem e passei a chamá-la de Meu Big Bem. E ela riu, riu, mas sorriu como se aquilo fosse piada. Não sei como e nem porque, mas ela gostava da minha ignorância. Me deu um beijo, e lá se foi. Quando voltou da aula, não estava mais tão feliz.

A sua idéia de aula diferente e interessante foi por água abaixo. Suas alunas beatas começaram a gritar com ela. Falaram que Alfinha estava possuída pelo demônio, que foi Deus, nosso Senhor Jesus Cristo quem tinha criado a Terra e as pessoas e não tinha nada de explosão. Chamaram-na de bruxa, enviada do Diabo para desviar as almas da fazenda e da cidade. Minha Alfinha logo saiu correndo da fazenda para que não apanhasse daquelas velhas ignorantes. Disse que não voltava lá mais. E não voltou. Depois desse episódio, passou a ficar em casa cuidando da tia gorda e adoentada, D. Mirtes.

Dia 20 de Março, às 18 horas. Ah, como não me sai da cabeça tal data e hora, creio que nunca irá sair. Eu estava indo fazer uma visita à Alfinha, quando ao virar a esquina e entrar na sua rua, vejo chamas crepitando, uma luz amarelada de fogo a iluminar as outras casas, e um fumaceiro tomando conta do céu. Ai de mim! Era a casa de Alfinha! Me desesperei e tentei em vão adentrar na casa: "Me soltem diacho, meu amor está lá dentro! ALFINHA! " Os homens dali, não iriam me deixar entrar nem por reza braba. Já era tarde demais para qualquer salvamento. Então, ajoelhei e comecei a chorar e chorar, era apenas o que conseguia fazer. Quando olhei para uma parede que ainda não tinha sido consumida pelo fogo, li escrito com tinta vermelha: Queime Bruxa do Inferno, queime no fogo que você tentou atear aos nossos corações! Pois olhe que ironia do destino! Foi para isso que ela as ensinou a escrita.

Ao mesmo tempo que o ódio por aquelas malditas tomava conta de mim, eu me lembrava de Alfinha dizendo: "Amor é fogo que arde sem se ver." Pois eu lhe digo, minha querida, amor é fogo que arde e faz doer; é ferida que dói e se sente; é um desgraçamento descontente; é dor que desatina e faz morrer. Ah Alfinha, por que se foi? Por quê?

Após sua morte, lembro-me de ter feito duas coisas consideráveis em minha vida. A primeira, foi escrever um diário - pedido constante daquela que se foi - que inicio aqui, com essas primeiras palavras. A segunda - e ela que me perdoe, pois sua alma pura não concordaria nunca - foi fazer aquelas beatas malditas conhecerem o verdadeiro fogo do inferno. Ateei fogo em cada uma delas, mas as fiz morrer lenta e gradualmente, as fiz sentir a mesma dor que sinto todos os dias, aquela que vai matando aos poucos.

Hoje, mesmo sabendo ler e escrever, digo às pessoas que sou um analfabeto, pois nunca mais vi Alfa e Beto em minha vida. Nunca mais...
De um poema inspirado na Bíblia nosso amor nasceu e de conceitos ensinados pela Bíblia, o meu amor morreu. Oh Deus, por quê?
Mas o poema já dizia:
"É ter com quem nos mata lealdade."

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Diário de um Caminhoneiro

Parte 1

Conheci Alfa numa dessas estradas da vida, naquela viagem que mais tarde descobriria ser a melhor de toda a minha vida. Ah! Claro, preciso me apresentar. Oi, eu sou o Betão, quer dizer Alberto, mas todos me chamam de Betão desde que eu guiei meu primeiro caminhão. Sim, eu sou caminhoneiro xucro, mais conhecido também como peão da boléia. Aí ficou Betão do Caminhão.Esse povo viu, rima as cousa que é uma beleza! Mas voltando a falar do meu primeiro contato com Alfa. Vinha voltando pra casa no interior de Minas, quando vejo uma mocinha de vestido rosa com malas no chão, acenando pra mim e pedindo carona. Logo pensei: Eita, que é hoje que lavo minha égua. Parece uma putinha bem novinha. Parei meu caminhão, abri a porta e ela me perguntou se estava indo na direção de São João das Missões, norte de Minas. A princípio não respondi, eu apenas admirava tamanha beleza. Era branca como neve, seus cabelos pretos como o carvão, mas lisos e brilhantes. Tinha as bochechas rosadas, os olhos vivos e uma boca bem delineada... Até que ela tornou a perguntar: Ein moço, tá indo? E por uma obra divina, eu estava. Ela subiu, e foi aí que comecei a me apaixonar, pois durante o caminho pudemos nos conhecer melhor.

Em meio a tantas conversas, Alfa me disse que era professora. Tinha feito um tal de magistério, e eu fingi saber o que diabo era aquilo. Estudou na capital, mas como não conseguiu se sustentar por lá, estava de volta à sua terra natal. Contou-me também que de seus parentes, só lhe restou uma tia gorda e já velha, D.Mirtes. E assim eu escutei as suas histórias com toda atenção e prazer que nunca havia dado à ninguém. É... A minha trepadinha tinha ido embora, ela não era putinha nem nada parecido, era uma professorinha linda e pura. Chegando ao seu destino, agradeceu-me a viagem e nossa prosa e me deu um beijo no rosto. Rapaz! Parece que todo o meu sangue subiu à cabeça, que eu senti um calor, uns "arrepio", vontade danada de tascar uma beijoca naquela boquinha de moça virgem. Liguei o caminhão e acelerei, já decidido a seguir meu rumo. Quando olho no retrovisor e a vejo me dando tchau, acenando com suas mãozinhas. Diacho de bicho sedutor é esse, que é mulher,sô! Mal havia conhecido a peste e já tava todo besta, eita que eu não me amarro fácil,não! Olhei pra frente, forçando o acelerador como se com isso me convencesse a ir embora.

Quando já estava saindo da pequena cidade, vejo uma faixa com os dizeres: PRECISA-SE DE PEDREIRO. URGENTE. TRATAR COM TIÃO. Foi então que juntei a fome com a vontade de comer. Já estava cansado de viajar, há 6 meses na estrada, precisava de um descanso e ainda iria morar perto de Alfinha (foi o apelido que eu dei à ela). Parei o caminhão e conversei com o interessado. De começo nossa conversa ficou meia besta:
Oi, o senhor é o seu Tião? Sim, o próprio. Prazer, Betão. Lhe disse da minha experiência no ramo e logo fui contratado. A mão-de-obra estava em falta. A maioria da cidade era habitada por índios, e eles só sabiam construir ocas e pendurar redes. O salário não era muito"bão" não, mas pobre já está acostumado com a pobreza, então sabia me virar com pouco.

A partir desse dia, minha vida nunca mais seria a mesma, por que no dia seguinte fui procurar por Alfinha...


(to be continued...)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Eles não me lêem

A maioria dos blogueiros, cria um blog no intuito apenas de se expressar e compartilhar a sua visão acerca do mundo com outras pessoas. Até aí, tudo bem. Porém, há sempre aquela eterna esperança de que os outros irão gostar das nossas idéias, opiniões e criações, e mais, que irão deixar comentários decentes e construtivos, para nós, os autores. Se aprofundarmos mais nessa doce esperança, ainda iremos desejar que os " comentaristas" voltem constantemente ao nosso espaço, afinal isso é um sinal de que estamos fazendo algo bom.

Ok, até aí não falei nenhuma novidade e nem cheguei a explicitar a razão desse texto que vai se criando neste instante. Agora sim, começarei a adentrar no objetivo final. Voltemos à origem do blog. Vontade de se expressar, certo? Certo. Levando esse desejo para além deste espaço, para a vida real, eu me pergunto: com quem ou o que exerço essa atividade? Como eu me expresso no mundo cá fora? E a pergunta que não é surpresa para ninguém, é: com meus amigos e minha família,ora. São eles que absorvem forçadamente ou não, tudo o que sou e exprimo.

Agora retornemos novamente ao blog. É um espaço meu, com idéias minhas e que querendo ou não tem a minha personalidade, o meu toque. E mais uma vez, é onde eu decidi expor e extravasar a minha criatividade (ou a falta dela). Depois de um ano e oito meses de existência, muitas pessoas passaram por ele e deixaram sua marca. Também construí parcerias e conquistei leitores fiéis, criando uma relação até mesmo de amizade.

Tudo bem, até aí é um processo natural que acontece com todos nós que apreciamos esse mundo dos bloggers. Mas há muito tempo eu vinha pensando: porque não consigo unir o real e o mundo virtual?
Explico. Porque não me foi possível fazer com que meus amigos e família, os que de fato me conhecem sem ao menos eu precisar me expressar, lessem e comentassem aqui?

Não sei se o mesmo ocorre com vocês. Mas meu pai não sabe da existência do P.G e creio que se lesse muitas coisas por aqui, ficaria pra lá de surpreso. "Poxa, minha filha, você disse aquilo?!" Minha mãe até sabe, mas nunca nem me leu. Meus irmãos,hunf...têm preguiça. Uma tia minha descobriu, leu e logo disse; "Menina,não sabia que você gostava de escrever! Que coisa!Tá muito bom,viu?"; Os amigos sabem e muito raramente fazem uma visita aqui, por que eu falo e ainda deixo o link no Orkut. E desses poucos amigos que me leem, nenhum comenta. E eu pergunto:
- Por quê vocês não comentam? As suas opiniões são as que mais contam, poxa!
(pra não dizer outra palavra)
E todos eles respondem:
- Ah, eu não sei comentar direito. Não sei escrever intelectualmente como "esse povo" escreve.

Aff. Primeiro, se todos fizessem comentários intelectuais, eu estaria no paraíso. Segundo, nem eu escrevo coisas intelectuais, não teria direito de exigir isso. E terceiro, comenta porra, amigos são pra isso. A família eu perdoo, até porque tem textos que é melhor que eles não vejam mesmo.

Mas eu já me conformei. Que me abandonem aqui, não são todos que apreciam a leitura. Eu (finjo que) entendo. Já me habituei a me expressar aqui e lá fora, exercito mais o pensamento. Quem sabe, não seja essa a vantagem? Eu sei que eles não precisam disso aqui para compreender meus mais profundos pensamentos, é o que me consola...
[momento cuti cuti off]

Então queridos leitores "desconhecidos", isso lhes soa familiar, ou vocês conseguiram trazer os seus para o nosso mundo?

É, me dirijo apenas à vocês. É como eu falei, eles não comentam mesmo...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Tento, logo desisto.

Quando tudo começou eu disse que iria até o fim. Prometi me esforçar, jurei entendê-la. Peguei-a nua em meus pensamentos e fui aos poucos te vestindo com idéias, te transformando em algo que fizesse sentido em minha vida. E tudo isso ainda não fora o mais díficil. Eu lutei, debati dias e dias no meu interior, escutei pessoas que a conheciam intimamente, tudo para que pudesse encontrar sua essência e quem sabe assim, alcançar a meta mais díficil, gostar de você. Mas eu não consegui. Falhei.

Ah, como gostaria de admirá-la e amá-la de acordo com tamanha importância que lhe é conferida, mas não foi possível. Não será nessa vida e sabe-se lá em qual vai ser.
Um relacionamento precisa de compreensão e entendimento, coisa que nunca houve entre nós. Tudo o que você me deu foi preocupação, dor de cabeça e medo. Sim, MEDO! Todas as vezes que você aparecia, me trazia algum problema. E aí eu olhava pra você e não encontrava saídas, parecia não haver soluções, hoje creio que não existiam mesmo.
Agora, chega! Cansei de tentar te resolver, descobrir suas respostas, desvendar seus mistérios. Até agora só resultou em uma luta vã e descabida, um completo desgaste mental e físico.

Além de você ser incompreensível, ainda se veste desse corpo de Deusa Inatingível, sem sair do pedestal e nem sequer participar da minha vida, do meu cotidiano. Quando sinto que posso viver perfeitamente sem você ao meu lado, sou criticado e impedido pelos seus defensores. Estes, são seres anormais que conseguiram te alcançar e vieram ao mundo apenas para me fazerem inveja e me alertarem do quão importante você é.
Chega, eu não quero mais saber. Que se danem você, seus defensores e toda a sua magnificência!
Não me procure mais, por que eu desisti. Cansei!
Adeus Matemática, até nunca mais!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O espelho da Alma

- Você está morta e esqueceu de cair. - ela disse.
- Não estou não, cale a sua boca.
- E me diz, se isso que você anda levando, pode ser chamado de vida?
- Pessoas diferentes, conceitos diferentes. - respondi me enroscando no cobertor.
- Alma, olhe para você. Levanta daí e fique diante de um espelho, anda.

Eu me levantei, quase que me arrastando e não fosse o puxão que ela me deu, teria caído de volta no mesmo instante. Não queria colocar minha massa tediante em pé, e muito menos olhar para o estado em que eu me deixei encontrar. Ali, defronte o espelho, eu negava intensamente e a mim mesma, a verdade que este cuspia na minha cara. Não, aquilo ali não era o meu EU, não poderia ser o que um dia foi Alma.

Não bastasse a minha luta interna, Vera persistia na idéia de atirar-me ainda mais naquela verdade que eu tanto odiava.

- Olhe para si mesma, Alma, olhe.

E eu continuava a olhar, mas não era para mim, já disse, aquilo não era eu.

- E agora, me diz se você não morreu? - ela continuou me interrogando.
- Vera...eu não morri, mas quem é essa?
- Essa, minha amiga, é o que você se tornou durante este último ano.


À essa altura, meus olhos já estavam completamente marejados e eu precisava gritar, colocar pra fora o que eu sentia. Socá-la, cuspir na sua cara tudo o que o mundo me fez absorver. Mas a culpa não era dela. Vera sempre foi a única que tentou me salvar do buraco que eu estava cavando. E eu também nunca soube expor, colocar pra fora, pelo contrário, tudo o que eu sempre fiz, foi deixar armazenado e colocar pra dentro, que viessem sólidos, líquidos e pastosos. Não importava o problema, a minha única solução era comer. Eu precisava de quantidade, não qualidade.

Depois de um ano trancafiada em casa, saindo apenas para ir ao supermercado comprar mais comida, sem falar com os amigos, a família e me fechando completamente para o mundo ao meu redor, não seria surpresa o fato de que eu havia mudado e muito. Não para os outros, mas naquele dia, a surpresa era para mim.

Vera tinha trazido um álbum de fotografias novas e velhas. Olhando para as féria perdidas, o carnaval, as festas juninas, o natal e o reveillon, todo aquele ano longe de quem eu gostava, não me contive e desatei a chorar. Quando pensava que a dor e a saudade não pudessem ser maiores, Vera me mostra uma foto minha antiga. Nela só estava eu, de costas para o mar e sorrindo. Mais jovem, mais bonita, mais feliz e mais magra. Agora sim, eu me reconhecia, aquela era a verdadeira Alma. Então eu chorei, derramei 365 dias de lágrimas contidas no ombro de Vera, até que ela me olhou e disse:

-Eu quero a minha amiga de volta. Traz ela pra mim, Alma?
- Vera, olhe para mim, eu engordei 30kg em um ano, já não sou mais a mesma. Tenho vergonha de sair assim nas ruas. Não quero que me vejam.
-Todos os que te amam, sabem que você sofreu uma perda e que por isso está nesse estado. Porém,você deve se envergonhar de não tentar mudar, e não de ir encarar o mundo novamente.
- Não é fácil, eu não sei se consigo, não sem ele.
- Você não está sozinha e eu lhe digo que conseguirá sim.
- Prometo que irei tentar, eu não gosto do que vejo, preciso mudar. Por mim, por você e por ele que também não iria gostar de me ver desistir.

Após essa breve conversa, Vera colou minha foto antiga no espelho, para que eu sempre me lembrasse de quem eu era. E cada vez que eu olhasse para mim, eu tentaria ver a Alma da foto e não aquele reflexo apagado de mim mesma. Até que chegou o dia em que eu não mais precisei de fotos e nem mesmo de comidas.

sábado, 1 de agosto de 2009

1º de Agosto

É...o tempo não passa, ele voa, como diria minha Vovózinha.
Hoje iniciamos o oitavo mês do ano, Agosto. Hunf, nunca gostei desse mês. Não acontece nada de bom nele, não há grandes comemorações além do Dia do Soldado (25), que cá pra nós, não tem muito significado. Enfim, não gosto e pronto. Se apagassem ele do ano, não iria me fazer falta.

A única coisa que me agradou com o nome deste mês, foi a música 1º de Agosto da banda mineira Transmissor. Conheci o som deles em abril, num evento da Vivo aqui em BH e desde então suas músicas estão sempre presentes nos meus cds, mp3 e pc, embalando a minha vidinha.

"O transmissor é uma das melhores novidades do pop mineiro. O grupo encabeça um movimento de renovaçao musical no estado, que aposta em apresentaçoes conjuntas e divulgaçao na internet. O LP de estréia foi disco da semana no myspace. O som vai do indie-rock a bossa-nova. Com versos simples e som melancólico, Primeiro de agosto é uma perola da nova música brasileira."
Rodrigo Ortega (Jornal do Brasil)


Deixo vocês então, com o clipe 1º de agosto. Quem sabe, começando o mês com uma música bacana ele melhore? Assim espero.

Primeiro de agosto

Já não passo o tempo sem contar
Janeiro tudo fora de lugar
Fevereiro é só escombros
Março, maço gasto eu não me acho...
Mas eu vou tentar em outro lugar
Abril o peito pra na mais entrar
Maio mais que um mês pra me lembrar
Eu não sei, não me lembro
Junho, julho eu juro, eu vou tentar
Em outro lugar...
1º de agosto esqueci o teu rosto
Foi como voltar a respirar
Veio setembro, eu já nem me lembro
Motivos pra não chorar
1º de agosto esqueci o desgosto
Novo motivo pra ficar
Outubro, novembro, espero dezembro...

Já não passo o tempo sem contar
E o mundo inteiro fora de lugar
E eu não sei, não me lembro
Junho, julho eu juro, eu vou tentar
Em outro lugar... ah ahhhh
1º de agosto esqueci o teu rosto
Foi como voltar a respirar
Veio setembro, eu já nem me lembro
Motivos pra não chorar
1º de agosto esqueci o desgosto
Novo motivo pra ficar
Outubro, novembro, espero dezembro...


Recomendo todas as músicas, mas se fosse indicar as minhas preferidas, citaria :
Poema da Batalha e Aquática .

Gostou? Então dê uma olhada no MySpace da banda.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O diamante e o arenito

Alexandre diz:
nós somos 2 rochas
q coisa feia
Natália Coelho diz:
vc tá mais pra granito, enquanto eu sou apenas um arenitozinho
Alexandre diz:
granito...
sou diamante fia


Certa noite, o arenito caminhando nos pastos verdejantes onde ora abundavam a serenidade das estrelas, se deparou com um vistoso e chamativo diamante, encrustado em sua própria beleza única. Este fitava os raios do luar como um ser que não admitia qualquer concorrência com sua bela forma física. Então o arenito se aproximou e disse:

- Ó Diamante, gostaria de enfatizar que Narciso se matou por que só via e admirava a si mesmo.
- E daí? Narciso era apenas um humano fraco, eu sou o que há de mais resistente e inquebrável.
- Ó Diamante, você tem que pensar mais nos outros, esquecer um pouco de você. Sabia que pessoas estão morrendo por sua causa na África?
- Sério? - Diamante pela primeira vez olhou para Arenito.
- Sim, seríssimo.
- O que eu devo fazer, ó Arenito?
- Deixe de ser egoísta e passe a se multiplicar, para que assim a sua escassez finde, o seu valor diminua e as pessoas parem de se matar na disputa por um pedaço seu.
E então, Diamante pensou, pensou e disse:
- Tudo bem, afinal milhares de coisas magníficas é sempre melhor do que uma só. Me multiplicarei para o meu próprio bem, não pense que é para a salvação desse povo da tal da África.
- Já é algum avanço, senhor egocêntrico. - Arenito disse, já impaciente com tamanho narcisismo.
- Não vou parar por aqui, pequeno Arenito. Se pensas que aproveitarei pouco da situação, estás muito enganado. Vou fazê-los me admirarem muito mais.
- O que falta ainda?
- Que venha a luz, e me irradie para o bem de toda a humanidade! - gritou Diamante - E no dia seguinte, ao nascer do sol, Diamante irradiou sua luz para todos aqueles que pereciam na Terra. A humanidade se estarreceu perante o fenônemo espectral que surgia do seu encontro com os raios solares. Todos se apaixonaram por tal maravilha, acirrando ainda mais a luta por um pedaço das cópias do Diamante. Acreditavam que os feixes de luz, separados pelo diamante, tinham o dom da cura e da sabedoria. - Diamante contou o seu sonho de dominar o desejo mundial.
-E assim, o mundo inteiro se matou por conta de ti, Diamante. E você teve toda essa imensidão para iluminar, mas nenhuma viv'alma para admirar a beleza e o encanto de sua forma. - respondeu Arenito.
Diamante Narciso não mais respondeu. E Arenito prosseguiu seu caminho sentindo que haveria menos um suicídio por afogamento no mundo, ele tinha salvado uma "vida".



Alexandre diz:
vc percebeu q acabamos de criar uma fábula-metáfora da porra???
Alexandre diz:
acabamos de criar um post pro seu blog
Natália Coelho diz:
kkkkk
Alexandre diz:
O diamante e o arenito






Criação via msn, de autoria minha e do nada viajante, Cara das Paredes, mais conhecido como Alexandre.


sexta-feira, 24 de julho de 2009

DÓI SER BONITA?

ESTE NÃO É UM POST SOBRE DICAS DE BELEZA. HOMENS, LEIAM TRANQUILOS.

Se tem algo que seja universal à todas as culturas do mundo, em se tratando de mulher, isso se chama VAIDADE FEMININA. Por que não há mulher alguma que não queira se sentir bem, olhar no espelho e falar " Tô linda!" (mesmo que isso seja somente a sua verdade) e que não goste de receber elogios sobre o seu visual. Mulheres, não teimem em dizer que o importante é ser legal, nem venham, no fundo vocês querem um pescoço girando quando você passa, um fiufiu e não um "poxa,você é muito divertida e inteligente". Essa frase foi feita pra vir depois, se é que me entendem.

E como se fazer bela? Simples, passando horas e horas dentro de um salão de beleza. Uma hora (se tiver sorte) fazendo a unha, mais uma hora pra escovar os cabelos e mais outra horinha para a depilação. 3 horas no mínimo, isso se você descontar os atrasos, a hidratação, a espera da cera esquentando, enfim, dia da beleza é um dia, em partes, perdido. E eu simplesmente ODEIO ir ao salão. Mas odeio mesmo, me dá preguiça pensar que vou desperdiçar o meu dia nesse lugar, e geralmente isso acontece aos sábados. No entanto, em prol do resultado final, porque este sim me agrada e muito, eu abro mão das horas do dia e claro, abro a carteira também, afinal nada é de graça nesse mundo. E mulheres são caras, caríssimas.

Mas falando do local em si, o salão de beleza. Há salões e salões. Tem os vips, em que você mal entra e eles já pegam a sua bolsa, quase te carregam no colo, lhe oferecem um café, chá, suco, dentre outras coisas e sempre a chamam de Sra, Srta, tudo muito polido. A única parte aterrorizante é a conta final, mas o resultado (quase) sempre vale a pena. E Salão de rico geralmente tem as palavras "coiffeur" ou "estúdio" integrado ao nome, quando não, o nome do dono com aqueles sobrenomes chiquetérrimos.

Já no outro lado da moeda, existem os "Salão Fashion Hair" e "Cleide, cabelelero´s" (sim, com apóstrofo, porque é chique,bem e é lero mesmo) para a alegria das mulheres desafortunadas. Nestes, ninguém pega a sua bolsa, você chega e a joga num canto, a cabeleireira te cumprimenta efusivamente: "Ô Marinete, quanto tempo sua piranha, voltou pra abaixar essa juba,né?!

Porém, todos eles têm uma coisa em comum: a futilidade dos assuntos. Puta merda (perdão pela palavra), mas mulher quando junta, não sai muita coisa boa. Analise comigo, o que nós fazemos nesse ambiente bacana: enquanto esperamos o atendimento, se tiver uma revista para ler, ela nunca vai ser uma Economist ou Bravo!, só haverá Contigo, Tititi e no máximo uma Caras. A capa em si, já cria assunto pra muitos minutos. Falar da vida dos artistas é sempre polêmico. "Menina, Ivete Sangalo tá grávida???", "E nem casou, minha filha". Você desiste de ler e vai ver televisão, dependendo do dia e horário, sua cultura será enriquecida com Balanço Geral, TV Xuxa, Senhora do Destino, TV Fama , A tarde é sua e o polêmico Márcia, esse sim, cria inúmeras discussões. Você cansou da TV, vai prestar atenção nas conversas. O grau de importância é altíssimo, quase sempre o tema central é HOMEM. E mulher não tem escrúpulos pra falar da sua vida sexual, mal sabem os maridos e namorados que todo o seu desempenho está ali, aberto à várias outras mulheres. A última opção, é não fazer nenhuma das três anteriores e ficar quieta na sua, apenas observando. E eu sigo ela direitinho, entro muda e saio calada.


Agora me diga, todo esse sofrimento para ficar bonita pra quem? Para os homens ou para as mulheres?
Sinto muito rapazes, mas mulher se produz pra mulher. Por que o julgamento feminino é muito mais detalhista e cruel do que o masculino. Os homens só olham para o conjunto da obra, e o que eles reparam já está pronto, não precisa ser feito em salões de beleza.
Mas, mesmo com tantos sacríficios, sempre queremos ouvir o que Zeca Baleiro cantou em sua música, Salão de beleza :
Se aquela mulher é vaidosa eu não sei
Eu não sei
Vem você me dizer que vai a um salão de beleza
[...]
Baby você não precisa de um salão de beleza
Há menos beleza num salão de beleza
A sua beleza é bem maior do que qualquer beleza de qualquer salão
Mundo velho e decadente mundo
Ainda não aprendeu a admirar a beleza
A verdadeira beleza
A beleza que põe mesa
E que deita na cama
A beleza de quem come
A beleza de quem ama
A beleza do erro puro do engano da imperfeição

Que desperdicemos tempo, dinheiro e paciência nesse lugar abominável, mas que fiquemos lindas, seja pra quem for, melhor ainda se for pra nós mesmas!



Para que vocês, homens, não digam que isso é frescura de mulher.


Dói, ser feia? Não. Doloroso é ficar bonita. A feiura é natural.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

And isn't it ironic ... don't you think?

Já dizia Alanis Morissette, com a música Ironic.


"Well life has a funny way of sneaking up on you when you
think everything's
okay and everything's going right"

ou

"Bem, a vida tem uma engraçada maneira de te atrapalhar
quando você pensa que está tudo bem e tudo está dando certo
"



Hoje mais cedo, enquanto estudava história, mais exatamente a Crise de 1929, eu me deparei com esta imagem e imediatamente pensei:

Well, isn´t it ironic? Don´t you think?



Nada melhor que o modo de vida americano, diz o cartaz. Na frente, fila de desempregados, a maioria negros, esperando doações. EUA, década de 30.



Após a 1ª Guerra Mundial, o EUA apareceu como a nação mais rica do mundo, devido a inúmeras exportações para os países Europeus, paralisados pelo conflito. Com o desenvolvimento industrial, a população norte-americana passou a ter um estilo de vida consumista, onde a aquisição de bens era sinônimo de felicidade, o chamado American Way of Life. Entretanto, toda essa euforia teve fim com o crash da Bolsa de Nova York, causada pela crise de superprodução, em 1929. Durante o período da Grande Depressão, 80 mil empresas faliram nos EUA, deixando cerca de 15 milhões de trabalhadores desempregados.


Será que eles continuaram sorrindo como a família do cartaz acima?
Porque não fizeram um com o "Unemployed Way of Life. How to live without money"?


E a Alanis continua:

"And life has a funny way of helping you out when you think everything's
gone wrong
and everthing blows up in your face"

ou

"E a vida tem uma engraçada maneira de te ajudar quando você
pensa que tudo deu errado
e tudo explode na sua cara"



E a "vida" ajudou os norte-americanos...

A Depressão dos anos 30 interrompeu o ciclo de prosperidade dos EUA, mas após o término da 2ª Guerra houve uma nova onda de crescimento que manteria a hegemonia norte-americana sobre o mundo até os dias atuais (mesmo em meio à crises).




Eu odeio os Estados Unidos em geral. Não me agradaria ir para lá, só de graça mesmo. Mas meus filmes preferidos vieram de lá, as minhas músicas e bandas prediletas também são da terra do Tio Sam, eu visto jeans diariamente, uso tênis Nike, bebo Coca-Cola e ainda vou no Mc Donald´s.

And isn't it ironic ... don't you think?

domingo, 19 de julho de 2009

E PRA QUE SERVEM, AFINAL?

- Amiga, olha o orkut da nova namorada do fulano, me diz o que achou.
A amiga olha, até acha a menina bonita, mas dizer isso à outra vai contra as leis femininas.
- E aí? Fala logo!
- "Rôrosa"! Sou muito mais você,viu. Nossa, ele fez uma péssima troca.
- É, também achei isso.

Amigo chega na casa do outro amigo, o encontra largado, com vestimenta de mendigo, cara mais que amassada em pleno sábado.
- Caralho, levanta essa bunda daí. Bora sair.
- Má nem mesmo.
- Anda logo, tô mandando.
- Vamo sair pra onde?
- Vamo ali no shopping pagar conta e tomar uma casquinha do McDonald´s.
- Porra, programão ein!
- Cala boca e se troca, pelo menos tô te tirando de casa.


3h da manhã, em alguma festa bombada.
- Ou, tô bem não.
- Tá como?
- Sei lá, essa bebida me deu uma tristeza profunda... Amiga, cê me ama?
- Ai, Jizuis. Amo, tá bom?
- Mas porque o X não me ama?
Começa uma sessão do descarrego e claro, a amiga escutou a festa inteira, largou o "peguete" e as bebidas, ou seja, fim de festa.

Logo após ter escrito um texto, o amigo se dirige ao outro para que este avaliasse sua obra. Ao terminar de ler, ele fala:
- Tá uma merda.
- Quê?!
- É isso aí, corrige aqui, ali, tira essa parte melosa rídicula do fim.
- Nuss, agradeço a sinceridade.
- Por nada, amigos são pra isso.

Sexta à tarde, no telefone:
- Y. vem passar o final de semana aqui em casa, que cê acha?
- Poxa, não vai dá, o Z. vai vir aqui pra casa e ele também não gosta que eu durma fora.
- Ah, tá bom então. Esqueci que você casou.
- Cê não fica chateada não, né? Qualquer dia eu passo ai, você espera?
- Claro, amigas são pra isso.

Consolar, fazer programa de índio, ouvir idiotices, emprestar coisas que nunca serão devolvidas, ver eles sumirem e reaparecerem momentâneamente, escutar as verdades, os casos, as lamúrias,dar conselhos, rir demasiadamente sem motivo, nos fazer feliz dentre outras coisas. Enfim, AMIGOS SÃO PRA ISSO!

Você deve estar se perguntando: Por que um texto sobre este assunto mais que comum?
E eu o respondo,digníssimo leitor. Amanhã, dia 20 é o DIA DO AMIGO e essa foi a única maneira não melosa que eu encontrei de dizer como eu sou grata e feliz por ter vivido situações como as acima e dizer que SIM, EU TENHO AMIGOS, E MAIS, QUE ELES SÃO DE EXTREMA IMPORTÂNCIA EM MINHA VIDA.

A título de curiosidade, o Dia do amigo foi criado por um "inimigo" brasileiro. O argentino Enrique Ernesto Febbraro, no dia 20 de Julho de 1969 inspirado pela chegada do homem à lua, criou esse dia fofo, dizendo que da conquista dos EUA surgiu a oportunidade de fazermos novos amigos em outros planetas. O cara viajou, mas o fato é que muitos países, um deles o Brasil, claro, adotou essa comemoração no seu calendário.

Me pergunto porque uma data mega importante como esta, não é feriado...

Enfim, um FELIZ DIA DO AMIGO à todos e digam aos seus respectivos o quanto os amam, espalhem esse amor pelo mundo. Vamos fazer uma corrente da amizade! [momento cuticuti mode off]

E claro, não ligue e nem vá a casa deles dar um abraço, mande um scrap, dá uma twittada porque isto está muito mais in.



Um exemplo fictício de amizade verdadeira. Minha preferida, por sinal.

sábado, 18 de julho de 2009

A mania do encontro


Marcos estava ansioso, afinal chegara o grande dia. Aquele pelo qual ele sonhara durante três anos. Três anos de uma intensa troca de intimidades, tempo suficiente para gerar uma cumplicidade entre os dois, um carinho e um afeto indescrítivel. Experiência única para ele. Era hoje que iria materializar todas as suas vontades e desejos. Tornar aquela relação palpável. Ela, finalmente sairia daquela tela de dezessete polegadas, não seria mais "Roberta está online" e sim "Roberta, está aqui no Rio, comigo".


"Às 15 horas no aeroporto", ela disse. Estava vindo do Rio Grande do Sul para passar as férias com ele, em sua casa. Um mês inteiro reservado para os dois. Já eram 14h30 e ele se dirigia para o ponto de encontro. Mas antes, como era de praxe, Marcos teve um surto e todas as suas manias vieram à tona.

No dia anterior, Marcos rói todas as unhas, come as tampas das canetas, arruma toda a sua coleção de livros em ordem alfabética, verifica se suas cuecas estão separadas por cor, marca e modelo. Abre o armário, coloca as vasilhas em ordem de tamanho, as pequenas dentro das maiores, varre o chão da sala pela quinta vez no dia, coloca as almofadas do sofá em tons gradientes, do azul claro ao escuro. "Ela gostava dessa cor", pensou. Vai ao cabeleireiro, corta o cabelo, faz a barba. Se olha no espelho, vê um pequeno defeito no corte, volta e pede o serviço direito, afinal tinha um momento importante por vir. Passa no supermercado, enche o carrinho com vinhos, queijo, massas e afins, e claro, compra a sua caixa com doze pacotes de Trident.


Marcos, não poderia ficar sem mascar chiclete mesmo em ocasiões comuns, agora com seus hormônios e batimentos cardíacos à todo vapor, Trident era uma espécie de calmante pessoal. Chega em casa, coloca três tabletes de uma vez na boca, ele precisa relaxar! Desentorta os quadros da parede. Vê se o Bom Ar está na dispensa, pretende deixar o ambiente perfumado. Liga pra Neuza, pede que amanhã ela prepare um jantar especial e vá embora logo em seguida, quer a casa só para eles.



À essa altura já se foram 6 pacotes de Trident, cada um contendo 5, 30 chicletes tinham sido triturados. Lembrou de Roberta dizendo, "Marcos, isso ainda irá lhe render uma gastrite, pára com isso". A lembrança o atormentou mais ainda, e dà-lhe mais um chiclete na boca.


Tentou dormir, não conseguia, olhava o relógio, "Meu Deus, o tempo não passa". Ligou a TV, acendeu a luz e abriu o livro de cabeceira pra ver se o sono vinha. Marcos tinha esse defeito de gastar energia apenas para ouvir o barulho da TV,nunca era pra assistir algum programa, apenas para embalar seus sonos. Adormeceu. Um sonho agitado e estressante. Roberta não viria mais...


PI PI PI PI PI. 11 horas da manhã, ele acorda assustado, com o celular tocando. "Ufa, foi só um sonho." Pega o tablete ao lado da cama, e lá se vai o primeiro chiclete do dia. Olha pra caixinha, "É meus calmantes estão acabando, preciso comprar mais.

Marcos repete toda a sua rotina de verificar se está tudo na mais perfeita ordem para recebê-la. Queria que tudo a agradasse, o seu cheiro, seu corpo, a sua casa. Nada poderia dar errado.


Já eram 14h30 e ele se dirigia para o ponto de encontro. Chega ao aeroporto exatamente às 15h, ela o aguarda em frente a cafeteria, como combinado. Enquanto caminha para o local, seu coração acelera, tamanha sua expectativa e ansiedade. Marcos começa a suar, é só virar a direita e... e... e...:


- Droga! Meu Trident acabou!







Texto escrito no dia 4 de maio de 2009, para o quadro Sopão do blog Ponto de Continuação, do Marcos Pinheiro, onde a idéia é criar um texto que contenha uma das suas frases da semana, ou Miojo do Dia. A minha escolhida foi "Droga! Meu Trident acabou."
É isso, sem idéias para novas criações, sorry.