segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Uma massa cinzenta e um Super Bonder

O bloqueio criativo que acomete todos os blogueiros, mais uma vez tomou conta de mim. Não é preguiça, muito menos falta de vontade. Na verdade, é isto o que acontece comigo:

Todos os dias a mesma explosão, mais precisamente no fim do dia. Logo, logo, quando eu terminar de colar meus pedaços, postarei algo digno aqui no P.G.
Prometo que não demorarei. Sério. Palavra de escoteiro.

Sorte de hoje

Todo o mundo conhece a Sorte de Hoje do Orkut. Algumas pessoas confiam naquilo, outras apenas leêm, pois é inevitável não ler qualquer frase posta defronte à nós (meu caso). Enfim, a sorte taí para cada um usá-la à sua maneira. Mas têm algumas frases, que eu não entendo porque o orkut designa como sorte. Vejamos algumas:
  • Escreva um depoimento para um amigo hoje.
  • Seu talento para o mundo dos negócios é evidente na sua personalidade.
  • Quem se apaixona por si mesmo não tem rivais (será???)
  • A sociedade prepara o crime, o criminoso o comete.
  • Venda as suas idéias – elas são completamente aceitáveis
  • Você subirá de posição social sem nenhum esforço especial (Mega Sena rules ou golpe da barriga, mas este tem um leve esforço,leve.)
  • O vício de hoje pode se tornar a virtude de amanhã. (Me dêem um exemplo,por favor.)
  • Hoje você vai ver um biscoito da sorte que nunca viu antes. (finalmente vou ver)
  • O orkut é um site imbecil, saia daqui e certamente sua sorte irá melhorar. (tá, é fake, mas eu gostaria de ler algo assim, mereceria até um print)
Eu ficaria aqui colocando zilhões de frases sem sentido. Porém, eu não sou à toa e nem vocês iriam ler tudo. Mas, para mim essas citadas acima e muitas outras parecem mais um horóscopo fajuto, do que sorte.Penso que sorte é algo como você ganhar na loteria, ter um dia bom, conhecer alguém legal, quebrar o dedo do pé na quina da cama, cair numa poça d'água, coisas do tipo. Não essas "boiolagens" de frases feitas no estilo auto-ajuda.

Aff. E porque raios eu estou me preocupando com isso? Não, não estou. Toda essa enrolação foi primeiro, pra postar aqui no P.G (nem sou cara de pau) e segundo, para mostrá-los a minha Sorte de Hoje e o que penso dela.

Pois bem, nesta maravilhosa Segunda-feira, o Orkut reservou essa pequena "sorte" para mim:

"Uma pessoa precisa de uma boa reputação para sobreviver"


Primeira consideração: ISTO NÃO É SORTE!
Agora vamos à minha reflexão sobre:
Não creio que esta seja uma frase verdadeira. Logo após lê-la, eu pensei nas grandes empresárias do país, "nas donas do próprio negócio", mais diretamente, nas garotas de programa. Elas não têm nenhuma rePUTAção e sobrevivem, diga-se de passagem, melhor do que muitas pessoas ditas dignas e idôneas. Taí, um primeiro contra-argumento.
Pensando mais um pouquinho, eu me lembrei dos políticos corruptos deste país justo e honesto. A maioria têm o seu podre, a sua maracutaia, o povo sabe e poucos se revoltam. O fim todos nós já conhecemos. E eles continuam lá, sendo chamados de ladrões, corruptos e filhas das garotas ali de cima, mas sobrevivendo mais do que bem. Melhor do que qualquer pobre,miserável e de bom "coração".

E agora, precisa ou não precisa de boa reputação? Creio que não. Sendo assim, eu reescreveria a frase acima dando um toque subjetivo à ela:

"Uma pessoa precisa de uma boa reputação para fingir aos outros que ela é o que não é, e assim ser pseudo-aceita pela sociedade."


Para mim é questão de aceitação e não de sobrevivência.

Esse Orkut,viu...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Diário de um caminhoneiro - O Fim

Parte 2


Quando a vi, ela estava toda animada. Tinha conseguido um emprego numa fazenda da região. Iria ensinar os trabalhadores a ler e escrever. Disse que o salário não era bom, mas pelo menos ia fazer o que mais gostava, ensinar. E desatava a falar dos seus sonhos de ver uma sociedade mais justa, com boa educação para todos. Ah, como ela era sonhadora! Depois de um tempo, começamos a sair frequentemente e eu somente a escutar. Burro como era, tinha vergonha de falar as coisas com uma dama tão sabida. Percebendo isso, ela dizia: Beto, deixa eu lhe ensinar as coisas, deixa? Me chamava de Beto, não Betão, achava este último, um nome grosseiro, coisa de peão. Ora, e o que mais eu era? Minha gente, com um pedido vindo daquela menina/mulher como haveria eu de dizer não? Sim, Alfinha, eu deixo. E me ensinou - ou tentou - por que eu mais prestava atenção aos seus gestos delicados do que em suas palavras. Eu era um bom aluno, atencioso demais. E estarei mentindo se disser que não aprendi algo, pelo contrário, Alfinha abriu meus olhos para o mundo. Se não fosse ela, não saberia como organizar as palavras e nem estaria escrevendo este texto.

A cada dia eu me apaixonava mais. "Beto, leia esses versos para mim: "Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente..."
Ah, Alfinha leio estes e todos os outros que você mandar, pois meu coração já está completamente em chamas, assim eu pensava. Foi numa dessas leituras, que eu a beijei pela primeira vez. Quando estava a recitar "É querer estar preso por vontade", não me contive e a trouxe para perto de mim, finalmente beijando aquela tão desejada boca. E para minha surpresa, ela disse: "É cuidar que se ganha em se perder." E ali, começamos nossa relação, um namoro, noivado, casamento, chame do que quiser, o que tínhamos, eu sabia, seria para sempre, como ela mesma dizia, "que seja eterno enquanto dure".

Numa dessas "bubiça" de apaixonados, ela me falou uma coisa engraçada. "Beto, juntando o meu nome e o seu, sabe o que forma?" E eu respondi: "Sei lá, Alfinha, pensar é pra você, querida."
E ela disse em meio a risos. "Alfabeto". Eu ri. Céus! Além de linda, era engraçada! E daí em diante seríamos como alfabeto, e não poderia ser Alfa ou Beto, pois só o alfabeto dava sentido às coisas. É claro que foi ela quem disse isso, afinal eu não tinha mente para essas criações de pessoas inteligentes.

Se passaram dois anos, e eu peão xucro indomável, havia sido laçado e estava decidido a fincar pé naquela cidadezinha. Eu e Alfinha iríamos nos casar, a casinha já estava sendo construída. Não podíamos estar mais felizes, eu virei o construtor da cidade e Alfinha a professora mais querida. Nessa época, comecei a pensar: Algo de ruim vai acontecer, pobre não tem tanta felicidade de graça, não mesmo.

Numa dessas noites do mês de Março, Alfinha iria explicar aos seus alunos sobre a Origem da Vida, uma tal de Evolução, algo assim. Tinha falado num tal de Big Bang, que eu entendi por Big Bem e passei a chamá-la de Meu Big Bem. E ela riu, riu, mas sorriu como se aquilo fosse piada. Não sei como e nem porque, mas ela gostava da minha ignorância. Me deu um beijo, e lá se foi. Quando voltou da aula, não estava mais tão feliz.

A sua idéia de aula diferente e interessante foi por água abaixo. Suas alunas beatas começaram a gritar com ela. Falaram que Alfinha estava possuída pelo demônio, que foi Deus, nosso Senhor Jesus Cristo quem tinha criado a Terra e as pessoas e não tinha nada de explosão. Chamaram-na de bruxa, enviada do Diabo para desviar as almas da fazenda e da cidade. Minha Alfinha logo saiu correndo da fazenda para que não apanhasse daquelas velhas ignorantes. Disse que não voltava lá mais. E não voltou. Depois desse episódio, passou a ficar em casa cuidando da tia gorda e adoentada, D. Mirtes.

Dia 20 de Março, às 18 horas. Ah, como não me sai da cabeça tal data e hora, creio que nunca irá sair. Eu estava indo fazer uma visita à Alfinha, quando ao virar a esquina e entrar na sua rua, vejo chamas crepitando, uma luz amarelada de fogo a iluminar as outras casas, e um fumaceiro tomando conta do céu. Ai de mim! Era a casa de Alfinha! Me desesperei e tentei em vão adentrar na casa: "Me soltem diacho, meu amor está lá dentro! ALFINHA! " Os homens dali, não iriam me deixar entrar nem por reza braba. Já era tarde demais para qualquer salvamento. Então, ajoelhei e comecei a chorar e chorar, era apenas o que conseguia fazer. Quando olhei para uma parede que ainda não tinha sido consumida pelo fogo, li escrito com tinta vermelha: Queime Bruxa do Inferno, queime no fogo que você tentou atear aos nossos corações! Pois olhe que ironia do destino! Foi para isso que ela as ensinou a escrita.

Ao mesmo tempo que o ódio por aquelas malditas tomava conta de mim, eu me lembrava de Alfinha dizendo: "Amor é fogo que arde sem se ver." Pois eu lhe digo, minha querida, amor é fogo que arde e faz doer; é ferida que dói e se sente; é um desgraçamento descontente; é dor que desatina e faz morrer. Ah Alfinha, por que se foi? Por quê?

Após sua morte, lembro-me de ter feito duas coisas consideráveis em minha vida. A primeira, foi escrever um diário - pedido constante daquela que se foi - que inicio aqui, com essas primeiras palavras. A segunda - e ela que me perdoe, pois sua alma pura não concordaria nunca - foi fazer aquelas beatas malditas conhecerem o verdadeiro fogo do inferno. Ateei fogo em cada uma delas, mas as fiz morrer lenta e gradualmente, as fiz sentir a mesma dor que sinto todos os dias, aquela que vai matando aos poucos.

Hoje, mesmo sabendo ler e escrever, digo às pessoas que sou um analfabeto, pois nunca mais vi Alfa e Beto em minha vida. Nunca mais...
De um poema inspirado na Bíblia nosso amor nasceu e de conceitos ensinados pela Bíblia, o meu amor morreu. Oh Deus, por quê?
Mas o poema já dizia:
"É ter com quem nos mata lealdade."

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Diário de um Caminhoneiro

Parte 1

Conheci Alfa numa dessas estradas da vida, naquela viagem que mais tarde descobriria ser a melhor de toda a minha vida. Ah! Claro, preciso me apresentar. Oi, eu sou o Betão, quer dizer Alberto, mas todos me chamam de Betão desde que eu guiei meu primeiro caminhão. Sim, eu sou caminhoneiro xucro, mais conhecido também como peão da boléia. Aí ficou Betão do Caminhão.Esse povo viu, rima as cousa que é uma beleza! Mas voltando a falar do meu primeiro contato com Alfa. Vinha voltando pra casa no interior de Minas, quando vejo uma mocinha de vestido rosa com malas no chão, acenando pra mim e pedindo carona. Logo pensei: Eita, que é hoje que lavo minha égua. Parece uma putinha bem novinha. Parei meu caminhão, abri a porta e ela me perguntou se estava indo na direção de São João das Missões, norte de Minas. A princípio não respondi, eu apenas admirava tamanha beleza. Era branca como neve, seus cabelos pretos como o carvão, mas lisos e brilhantes. Tinha as bochechas rosadas, os olhos vivos e uma boca bem delineada... Até que ela tornou a perguntar: Ein moço, tá indo? E por uma obra divina, eu estava. Ela subiu, e foi aí que comecei a me apaixonar, pois durante o caminho pudemos nos conhecer melhor.

Em meio a tantas conversas, Alfa me disse que era professora. Tinha feito um tal de magistério, e eu fingi saber o que diabo era aquilo. Estudou na capital, mas como não conseguiu se sustentar por lá, estava de volta à sua terra natal. Contou-me também que de seus parentes, só lhe restou uma tia gorda e já velha, D.Mirtes. E assim eu escutei as suas histórias com toda atenção e prazer que nunca havia dado à ninguém. É... A minha trepadinha tinha ido embora, ela não era putinha nem nada parecido, era uma professorinha linda e pura. Chegando ao seu destino, agradeceu-me a viagem e nossa prosa e me deu um beijo no rosto. Rapaz! Parece que todo o meu sangue subiu à cabeça, que eu senti um calor, uns "arrepio", vontade danada de tascar uma beijoca naquela boquinha de moça virgem. Liguei o caminhão e acelerei, já decidido a seguir meu rumo. Quando olho no retrovisor e a vejo me dando tchau, acenando com suas mãozinhas. Diacho de bicho sedutor é esse, que é mulher,sô! Mal havia conhecido a peste e já tava todo besta, eita que eu não me amarro fácil,não! Olhei pra frente, forçando o acelerador como se com isso me convencesse a ir embora.

Quando já estava saindo da pequena cidade, vejo uma faixa com os dizeres: PRECISA-SE DE PEDREIRO. URGENTE. TRATAR COM TIÃO. Foi então que juntei a fome com a vontade de comer. Já estava cansado de viajar, há 6 meses na estrada, precisava de um descanso e ainda iria morar perto de Alfinha (foi o apelido que eu dei à ela). Parei o caminhão e conversei com o interessado. De começo nossa conversa ficou meia besta:
Oi, o senhor é o seu Tião? Sim, o próprio. Prazer, Betão. Lhe disse da minha experiência no ramo e logo fui contratado. A mão-de-obra estava em falta. A maioria da cidade era habitada por índios, e eles só sabiam construir ocas e pendurar redes. O salário não era muito"bão" não, mas pobre já está acostumado com a pobreza, então sabia me virar com pouco.

A partir desse dia, minha vida nunca mais seria a mesma, por que no dia seguinte fui procurar por Alfinha...


(to be continued...)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Eles não me lêem

A maioria dos blogueiros, cria um blog no intuito apenas de se expressar e compartilhar a sua visão acerca do mundo com outras pessoas. Até aí, tudo bem. Porém, há sempre aquela eterna esperança de que os outros irão gostar das nossas idéias, opiniões e criações, e mais, que irão deixar comentários decentes e construtivos, para nós, os autores. Se aprofundarmos mais nessa doce esperança, ainda iremos desejar que os " comentaristas" voltem constantemente ao nosso espaço, afinal isso é um sinal de que estamos fazendo algo bom.

Ok, até aí não falei nenhuma novidade e nem cheguei a explicitar a razão desse texto que vai se criando neste instante. Agora sim, começarei a adentrar no objetivo final. Voltemos à origem do blog. Vontade de se expressar, certo? Certo. Levando esse desejo para além deste espaço, para a vida real, eu me pergunto: com quem ou o que exerço essa atividade? Como eu me expresso no mundo cá fora? E a pergunta que não é surpresa para ninguém, é: com meus amigos e minha família,ora. São eles que absorvem forçadamente ou não, tudo o que sou e exprimo.

Agora retornemos novamente ao blog. É um espaço meu, com idéias minhas e que querendo ou não tem a minha personalidade, o meu toque. E mais uma vez, é onde eu decidi expor e extravasar a minha criatividade (ou a falta dela). Depois de um ano e oito meses de existência, muitas pessoas passaram por ele e deixaram sua marca. Também construí parcerias e conquistei leitores fiéis, criando uma relação até mesmo de amizade.

Tudo bem, até aí é um processo natural que acontece com todos nós que apreciamos esse mundo dos bloggers. Mas há muito tempo eu vinha pensando: porque não consigo unir o real e o mundo virtual?
Explico. Porque não me foi possível fazer com que meus amigos e família, os que de fato me conhecem sem ao menos eu precisar me expressar, lessem e comentassem aqui?

Não sei se o mesmo ocorre com vocês. Mas meu pai não sabe da existência do P.G e creio que se lesse muitas coisas por aqui, ficaria pra lá de surpreso. "Poxa, minha filha, você disse aquilo?!" Minha mãe até sabe, mas nunca nem me leu. Meus irmãos,hunf...têm preguiça. Uma tia minha descobriu, leu e logo disse; "Menina,não sabia que você gostava de escrever! Que coisa!Tá muito bom,viu?"; Os amigos sabem e muito raramente fazem uma visita aqui, por que eu falo e ainda deixo o link no Orkut. E desses poucos amigos que me leem, nenhum comenta. E eu pergunto:
- Por quê vocês não comentam? As suas opiniões são as que mais contam, poxa!
(pra não dizer outra palavra)
E todos eles respondem:
- Ah, eu não sei comentar direito. Não sei escrever intelectualmente como "esse povo" escreve.

Aff. Primeiro, se todos fizessem comentários intelectuais, eu estaria no paraíso. Segundo, nem eu escrevo coisas intelectuais, não teria direito de exigir isso. E terceiro, comenta porra, amigos são pra isso. A família eu perdoo, até porque tem textos que é melhor que eles não vejam mesmo.

Mas eu já me conformei. Que me abandonem aqui, não são todos que apreciam a leitura. Eu (finjo que) entendo. Já me habituei a me expressar aqui e lá fora, exercito mais o pensamento. Quem sabe, não seja essa a vantagem? Eu sei que eles não precisam disso aqui para compreender meus mais profundos pensamentos, é o que me consola...
[momento cuti cuti off]

Então queridos leitores "desconhecidos", isso lhes soa familiar, ou vocês conseguiram trazer os seus para o nosso mundo?

É, me dirijo apenas à vocês. É como eu falei, eles não comentam mesmo...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Tento, logo desisto.

Quando tudo começou eu disse que iria até o fim. Prometi me esforçar, jurei entendê-la. Peguei-a nua em meus pensamentos e fui aos poucos te vestindo com idéias, te transformando em algo que fizesse sentido em minha vida. E tudo isso ainda não fora o mais díficil. Eu lutei, debati dias e dias no meu interior, escutei pessoas que a conheciam intimamente, tudo para que pudesse encontrar sua essência e quem sabe assim, alcançar a meta mais díficil, gostar de você. Mas eu não consegui. Falhei.

Ah, como gostaria de admirá-la e amá-la de acordo com tamanha importância que lhe é conferida, mas não foi possível. Não será nessa vida e sabe-se lá em qual vai ser.
Um relacionamento precisa de compreensão e entendimento, coisa que nunca houve entre nós. Tudo o que você me deu foi preocupação, dor de cabeça e medo. Sim, MEDO! Todas as vezes que você aparecia, me trazia algum problema. E aí eu olhava pra você e não encontrava saídas, parecia não haver soluções, hoje creio que não existiam mesmo.
Agora, chega! Cansei de tentar te resolver, descobrir suas respostas, desvendar seus mistérios. Até agora só resultou em uma luta vã e descabida, um completo desgaste mental e físico.

Além de você ser incompreensível, ainda se veste desse corpo de Deusa Inatingível, sem sair do pedestal e nem sequer participar da minha vida, do meu cotidiano. Quando sinto que posso viver perfeitamente sem você ao meu lado, sou criticado e impedido pelos seus defensores. Estes, são seres anormais que conseguiram te alcançar e vieram ao mundo apenas para me fazerem inveja e me alertarem do quão importante você é.
Chega, eu não quero mais saber. Que se danem você, seus defensores e toda a sua magnificência!
Não me procure mais, por que eu desisti. Cansei!
Adeus Matemática, até nunca mais!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O espelho da Alma

- Você está morta e esqueceu de cair. - ela disse.
- Não estou não, cale a sua boca.
- E me diz, se isso que você anda levando, pode ser chamado de vida?
- Pessoas diferentes, conceitos diferentes. - respondi me enroscando no cobertor.
- Alma, olhe para você. Levanta daí e fique diante de um espelho, anda.

Eu me levantei, quase que me arrastando e não fosse o puxão que ela me deu, teria caído de volta no mesmo instante. Não queria colocar minha massa tediante em pé, e muito menos olhar para o estado em que eu me deixei encontrar. Ali, defronte o espelho, eu negava intensamente e a mim mesma, a verdade que este cuspia na minha cara. Não, aquilo ali não era o meu EU, não poderia ser o que um dia foi Alma.

Não bastasse a minha luta interna, Vera persistia na idéia de atirar-me ainda mais naquela verdade que eu tanto odiava.

- Olhe para si mesma, Alma, olhe.

E eu continuava a olhar, mas não era para mim, já disse, aquilo não era eu.

- E agora, me diz se você não morreu? - ela continuou me interrogando.
- Vera...eu não morri, mas quem é essa?
- Essa, minha amiga, é o que você se tornou durante este último ano.


À essa altura, meus olhos já estavam completamente marejados e eu precisava gritar, colocar pra fora o que eu sentia. Socá-la, cuspir na sua cara tudo o que o mundo me fez absorver. Mas a culpa não era dela. Vera sempre foi a única que tentou me salvar do buraco que eu estava cavando. E eu também nunca soube expor, colocar pra fora, pelo contrário, tudo o que eu sempre fiz, foi deixar armazenado e colocar pra dentro, que viessem sólidos, líquidos e pastosos. Não importava o problema, a minha única solução era comer. Eu precisava de quantidade, não qualidade.

Depois de um ano trancafiada em casa, saindo apenas para ir ao supermercado comprar mais comida, sem falar com os amigos, a família e me fechando completamente para o mundo ao meu redor, não seria surpresa o fato de que eu havia mudado e muito. Não para os outros, mas naquele dia, a surpresa era para mim.

Vera tinha trazido um álbum de fotografias novas e velhas. Olhando para as féria perdidas, o carnaval, as festas juninas, o natal e o reveillon, todo aquele ano longe de quem eu gostava, não me contive e desatei a chorar. Quando pensava que a dor e a saudade não pudessem ser maiores, Vera me mostra uma foto minha antiga. Nela só estava eu, de costas para o mar e sorrindo. Mais jovem, mais bonita, mais feliz e mais magra. Agora sim, eu me reconhecia, aquela era a verdadeira Alma. Então eu chorei, derramei 365 dias de lágrimas contidas no ombro de Vera, até que ela me olhou e disse:

-Eu quero a minha amiga de volta. Traz ela pra mim, Alma?
- Vera, olhe para mim, eu engordei 30kg em um ano, já não sou mais a mesma. Tenho vergonha de sair assim nas ruas. Não quero que me vejam.
-Todos os que te amam, sabem que você sofreu uma perda e que por isso está nesse estado. Porém,você deve se envergonhar de não tentar mudar, e não de ir encarar o mundo novamente.
- Não é fácil, eu não sei se consigo, não sem ele.
- Você não está sozinha e eu lhe digo que conseguirá sim.
- Prometo que irei tentar, eu não gosto do que vejo, preciso mudar. Por mim, por você e por ele que também não iria gostar de me ver desistir.

Após essa breve conversa, Vera colou minha foto antiga no espelho, para que eu sempre me lembrasse de quem eu era. E cada vez que eu olhasse para mim, eu tentaria ver a Alma da foto e não aquele reflexo apagado de mim mesma. Até que chegou o dia em que eu não mais precisei de fotos e nem mesmo de comidas.

sábado, 1 de agosto de 2009

1º de Agosto

É...o tempo não passa, ele voa, como diria minha Vovózinha.
Hoje iniciamos o oitavo mês do ano, Agosto. Hunf, nunca gostei desse mês. Não acontece nada de bom nele, não há grandes comemorações além do Dia do Soldado (25), que cá pra nós, não tem muito significado. Enfim, não gosto e pronto. Se apagassem ele do ano, não iria me fazer falta.

A única coisa que me agradou com o nome deste mês, foi a música 1º de Agosto da banda mineira Transmissor. Conheci o som deles em abril, num evento da Vivo aqui em BH e desde então suas músicas estão sempre presentes nos meus cds, mp3 e pc, embalando a minha vidinha.

"O transmissor é uma das melhores novidades do pop mineiro. O grupo encabeça um movimento de renovaçao musical no estado, que aposta em apresentaçoes conjuntas e divulgaçao na internet. O LP de estréia foi disco da semana no myspace. O som vai do indie-rock a bossa-nova. Com versos simples e som melancólico, Primeiro de agosto é uma perola da nova música brasileira."
Rodrigo Ortega (Jornal do Brasil)


Deixo vocês então, com o clipe 1º de agosto. Quem sabe, começando o mês com uma música bacana ele melhore? Assim espero.

Primeiro de agosto

Já não passo o tempo sem contar
Janeiro tudo fora de lugar
Fevereiro é só escombros
Março, maço gasto eu não me acho...
Mas eu vou tentar em outro lugar
Abril o peito pra na mais entrar
Maio mais que um mês pra me lembrar
Eu não sei, não me lembro
Junho, julho eu juro, eu vou tentar
Em outro lugar...
1º de agosto esqueci o teu rosto
Foi como voltar a respirar
Veio setembro, eu já nem me lembro
Motivos pra não chorar
1º de agosto esqueci o desgosto
Novo motivo pra ficar
Outubro, novembro, espero dezembro...

Já não passo o tempo sem contar
E o mundo inteiro fora de lugar
E eu não sei, não me lembro
Junho, julho eu juro, eu vou tentar
Em outro lugar... ah ahhhh
1º de agosto esqueci o teu rosto
Foi como voltar a respirar
Veio setembro, eu já nem me lembro
Motivos pra não chorar
1º de agosto esqueci o desgosto
Novo motivo pra ficar
Outubro, novembro, espero dezembro...


Recomendo todas as músicas, mas se fosse indicar as minhas preferidas, citaria :
Poema da Batalha e Aquática .

Gostou? Então dê uma olhada no MySpace da banda.